Notícia

Câncer: técnica pode evitar que células cancerosas se transformem em metástase

Técnica inclui a aplicação de nanopartículas de ouro e uso de laser de baixa intensidade

Georgia Tech, Grupo de Pesquisa do professor Mostafa El-Sayed.

Fonte

Instituto de Tecnologia da Georgia

Data

sexta-feira, 14 julho 2017 12:55

Áreas

Bioquímica. Biotecnologia. Biomateriais. Oncologia. Biologia Celular e Molecular.

“Seu câncer virou metástase. Sinto muito”. Esta frase é algo que ninguém quer ouvir de um médico.

As células cancerosas podem ser mais fatais na maioria das vezes a partir do momento que se deslocam para longe de seus tumores originais, atingindo partes vitais do corpo em um processo chamado metástase. Uma equipe de pesquisa liderada por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Georgia (Georgia Tech), nos Estados Unidos, desenvolveu um novo tratamento para tentar evitar a metástase, literalmente “quebrando as pernas” das células cancerosas, a fim de evitar seu deslocamento..

As células cancerosas geralmente são cobertas com superfícies “parecidas com pernas”, que lhes permitem se arrastar. Os pesquisadores usaram minúsculas nanopartículas de ouro na forma de bastões, aquecidas suavemente por um laser de baixa intensidade para destruir “as pernas” das células. O tratamento impediu a migração celular, um mecanismo-chave na metástase, em experimentos em culturas (in vitro) de células humanas cancerosas.

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Nanopartículas de ouro na forma de bastões. Fonte: Georgia Tech. Grupo de Pesquisa do professor El-Sayed.

 

O método poderá potencialmente, no futuro, oferecer aos médicos uma nova arma para combater a propagação do câncer na forma de metástase.

“Se o câncer permanecer em um lugar, você pode chegar a ele, e não é tão provável que ele seja fatal, mas quando as células cancerosas se espalham, o perigo aumenta muito”, afirma o pesquisador Dr. Mostafa El-Sayed, professor da Faculdade de Química e Bioquímica do Georgia Tech.

O tratamento também pode eliminar células cancerosas, mas até aqui o foco foi mostrar especificamente que a técnica diminuiu a migração celular. Ainda não há previsão de testes em humanos..

Parando o câncer

O tratamento experimental também poupou células saudáveis, tornando o método potencialmente menos agressivo em pacientes do que a quimioterapia utilizada atualmente. Em testes anteriores em modelos animais, os pesquisadores não descobriram nenhum efeito colateral tóxico do ouro utilizado no tratamento e não encontraram danos observáveis ​​provocados pelo uso do laser de baixa energia. Também não foi observada recorrência do câncer tratado.

“O método parece ser muito eficaz como um tratamento administrado localmente, e também protege o corpo do espalhamento do câncer. Por não ser agressivo, pode ser aplicado muitas vezes se necessário“, disse o Dr. Mostafa El-Sayed.

Os resultados da pesquisa em células in vitro foram publicados na edição de 26 de junho da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Como funciona o tratamento

As células possuem estruturas externas chamadas citoesqueletos, que lhes dão forma e que possuem funções importantes em sua mobilidade.

Ao serem introduzidas localmente, as nanopartículas de ouro na forma de bastões, revestidas com um tipo específico de peptídeo, se juntam ao citoesqueleto da célula e ficam unidos a um tipo de proteína celular chamada integrina, o que impede o desenvolvimento do citoesqueleto. No caso, as nanopartículas foram desenvolvidas para se ligarem a um tipo específico de integrina que só está disponível em células cancerosas, o que evita que células saudáveis também sejam atacadas.

Na segunda fase, as nanopartículas de ouro são atingidas por um laser de baixa intensidade. Quando são submetidas ao aquecimento, as nanopartículas que já estão aderidas nas células cancerosas podem comprometer o citoesqueleto das células ou até mesmo destruí-las.

Acesse a reportagem completa no site do Instituto Tecnológico da Georgia.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês)

Fonte: Bem Brumfield, Instituto de Tecnologia da Georgia. Imagem: Evolução de cultura in vitro de células cancerosas, com a aplicação da técnica. Fonte: Georgia Tech, Grupo de Pesquisa do professor  El-Sayed.

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