Notícia
Câncer de mama: novas descobertas científicas
Eficácia da ressonância magnética pode diminuir mastectomias totais e descoberta de novos genes é um marco no combate ao câncer de mama

Shutterstock
Fonte
Sociedade Brasileira de Mastologia
Data
sábado, 7 maio 2016 17:00
Áreas
Mastologia. Oncologia. Imagens Médicas. Genética.
Pesquisadores brasileiros membros da Sociedade Brasileira de Mastologia acabam de finalizar um estudo que comprova que a ressonância magnética é eficaz para predizer se existe ou não invasão do tumor no mamilo. Na ausência desses sinais, os médicos conseguem realizar a mastectomia preservando a papila com segurança e a estética da mama com tratamento oncológico adequado. Até hoje, a ressonância magnética era usada com esse objetivo, porém não havia comprovação científica de que era tão eficaz.
Segundo o coordenador do estudo, Dr. José Roberto Piato, essa comprovação é importante porque ajudará os médicos a diminuírem significativamente, e de forma segura, o número de mastectomias totais, ou seja, as pacientes passarão a ter a maior parte possível de suas mamas preservadas, aumentando assim sua autoestima e diminuindo o impacto do tratamento da doença. Isso porque o exame detecta com até 90% de acerto se o tumor atingiu o mamilo.
“A mastectomia tradicional remove grande parte da mama e do mamilo. Por isso, a necessidade de estudos como este para incentivarmos a diminuição da mutilação”, afirma Dr. Piato.
O estudo foi realizado com 165 mulheres com câncer de mama residentes em São Paulo. Todas as pacientes foram submetidas à ressonância magnética antes da cirurgia e 83,3% apresentaram resultado negativo para comprometimento do mamilo – um número que surpreendeu os médicos.
Em 2016, o Brasil terá 57.960 novos casos de câncer de mama, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A incidência da doença tem aumentado entre 1% a 2 % ao ano. Estima-se que hoje 10 mil mulheres ao ano que precisam de mastectomia (retirada da mama) para tratar o câncer da mama terão seu órgão amputado.
Genes que causam câncer de mama
Um amplo estudo, divulgado pelas revistas Nature e Nature Communications. identifica a existência de cinco genes, até então desconhecidos, e processos mutagênicos que intervêm no desenvolvimento do câncer de mama, o que abre a porta à pesquisa de novos medicamentos. As pesquisas também mostram quais tipos de variações genéticas existem em cânceres de mama e em que parte do genoma elas ocorrem. A descoberta é considerada um marco no combate ao câncer de mama.
O Instituto Wellcome Trust Sanger — um dos maiores centros de estudo de genoma do mundo, no Reino Unido — analisou 560 genomas de cânceres de mama: 556 em mulheres e quatro em homens, de lugares como Estados Unidos, Europa e Asia. Os cientistas chegaram a 93 conjuntos de instruções — ou genes — que, se modificados, podem causar tumores. A maioria deles já eram conhecidos, mas, desta vez, os pesquisadores acreditam que alcançaram o quadro mais definitivo possível de mutações.
Segundo a pesquisa, o genoma de câncer de cada pessoa é um relato histórico completo das alterações genéticas que elas adquiriram ao longo da vida. Desde o desenvolvimento de uma pessoa a partir de um óvulo fertilizado até a idade adulta, o DNA das células vai acumulando alterações genéticas.
Isto acontece porque o DNA humano é constantemente danificado por interferências do ambiente ou simplesmente por conta de desgastes da célula. Estas mutações, explicam os cientistas, formam padrões — também chamados de assinaturas de mutação —, que podem ser detectados e dar pistas sobre as causas do câncer.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dr. Ruffo de Freitas Junior, o estudo comprova que os genes podem ser alterados pelos hábitos de vida e também abre uma possibilidade real para o desenvolvimento de novas medicações dirigidas para destruição do vírus e tumores. “Não podemos só reclamar dos genes que herdamos dos nossos pais, precisamos também cuidar dos genes tardios para que não sejam modificados ao longo da vida, ou seja, devemos reforçar os cuidados com os hábitos saudáveis”, afirma o presidente.
Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia. Imagem: Shutterstock.
Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.








Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar