Notícia

Câncer cerebral: parceria entre Unicamp e IPT estuda tratamento com nanotecnologia e ferramenta genética

Desenvolvimento tecnológico será aplicado ao Glioblastoma

Divulgação, IPT

Fonte

IPT | Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Data

sexta-feira, 26 julho 2019 15:40

Áreas

Nanotecnologia. Biotecnologia. Neurociências. Oncologia. Biologia Celular.

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que conta com o expertise do Laboratório de Biotecnologia Industrial do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para implantar sua aplicação, está buscando as bases de uma nova nanopartícula para o tratamento do glioblastoma, um tipo de câncer cerebral. Por meio da técnica conhecida por RNA de interferência, ou RNAi, a ideia é impedir a formação de proteínas necessárias às células tumorais para a sua proliferação ou mesmo sobrevivência, o que pode, na prática, diminuir ou evitar o crescimento de tumores.

O glioblastoma é o tipo mais comum de câncer cerebral, representando cerca de 25% dos tumores cerebrais primários, e recebe esse nome por ter início na glia, que são células não neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos neurônios. No laboratório do Núcleo de Bionanomanufatura do IPT, as células tumorais estão sendo cultivadas a partir de três métodos diferentes, que geram aglomerados celulares esféricos.

“Estamos desenvolvendo métodos para encontrar a estrutura 3D que seja mais próxima do tipo de tumor que estamos estudando”, explica Cyro von Zuben de Valega Negrão, aluno de doutorado pelo programa de Genética e Biologia Molecular do Instituto de Biologia da Unicamp, participante do programa Novos Talentos do IPT e responsável pela pesquisa. “Ao final dessa etapa, vamos escolher o método mais adequado a esse tipo de tumor e, então, testar quais genes podem ser ‘silenciados’ para impedir seu crescimento e desenvolvimento”.

O RNA, ou ácido ribonucleico, é uma molécula produzida a partir do DNA e o produto intermediário para que a informação genética seja fornecida pelo corpo como proteínas. A técnica aplicada por Cyro Negrão busca como princípio ativo do fármaco pequenos fragmentos de RNA (siRNA, do inglês small interfering RNA) capazes de degradarem a sequência completa dos RNAs dos genes alvos das células de glioblastoma. O princípio ativo seria encapsulado em nanopartículas, o que auxiliaria na condução do medicamento ao tumor.

“Degradando o RNA, podemos impedir a produção de proteínas fundamentais ao desenvolvimento da célula”, completa o pesquisador. “Nós temos como alvos principais hoje proteínas que permitem a proliferação e sobrevivência das células, além das que estimulam a angiogênese, que é capacidade de criar vasos – são eles que alimentam e fornecem oxigênio a essas estruturas. Coibindo a produção das proteínas, o tumor pode parar de crescer, ou mesmo diminuir, já que suas células não estarão recebendo nutrientes” conclui Cyro Negrão.

O trabalho do Cyro é orientado pelo professor Dr. Henrique Marques-Souza, da Unicamp, que lidera o grupo de pesquisa BLaST – Brazilian Laboratory on Silencing Technologies. O laboratório desenvolve soluções para diversos setores produtivos do País, como o combate a pragas e a doenças relacionadas ao campo.

Acesse a notícia completa na página do IPT.

Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Imagem: Aglomerados de células de glioblastoma cultivados em laboratório do IPT. Fonte: Divulgação, IPT.

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