Notícia
Cacau e seus efeitos sobre a saúde
Pesquisadores da Escola Médica de Harvard estudam as propriedades cardiovasculares, cognitivas e anti-câncer dos flavonoides do cacau
Divulgação
Fonte
Universidade Harvard
Data
sábado, 15 abril 2017 18:05
Áreas
Medicina. Estudo Clínico. Alimentação e Nutrição. Bioquímica. Cardiologia. Endocrinologia.
O cacau é um dos mais importantes alimentos funcionais e que pode trazer potencialmente inúmeros benefícios à saúde, com base em seus conteúdos de vitaminas, feniletilamina, polifenóis e vários minerais importantes, como o Ferro, Potássio e o Magnésio. Popularmente, o cacau é muito associado aos chocolates, mas também pode ser utilizado em diversos outros subprodutos.
Segundo a publicação “Alimentos Regionais Brasileiros”, do Ministério da Saúde, “o cacau distribui-se nas regiões tropicais da América do Sul e Central, compreendendo as bacias do Orinoco e do Amazonas. O cacau tem expressiva importância econômica, sendo suas amêndoas conhecidas em todo o mundo. A semente é o principal produto comercializado, após fermentação e secagem, para fabricação de chocolate, nas diversas formas. Das sementes extrai-se também a manteiga, muito utilizada na indústria farmacêutica e na fabricação de cosméticos. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais e grande exportador”.
Estudo da Universidade Harvard
Pesquisadores da Universidade Harvard e do Hospital “Brigham and Women’s“, nos Estados Unidos, estão lançando um estudo clínico randomizado e duplo-cego de grande porte, a ser conduzido por quatro anos e incluindo 18.000 pessoas, para obter algumas das verdades por trás dos benefícios potenciais para a saúde do cacau.
Estudos observacionais anteriores e pequenos estudos clínicos sugeriram os flavonoides do cacau trazem benefícios à saúde, protegendo contra quase tudo, desde doença cardíaca, acidente vascular cerebral e até demência, de modo que os pesquisadores querem aprender mais sobre os seus efeitos reais.
“Os flavonoides do cacau parecem ser muito promissores para reduzir o risco de doenças cardiovasculares e perda de memória, declínio cognitivo“, disse o Dr. JoAnn Manson, professor da área de Saúde da Mulher na Escola Médica de Harvard, chefe da Divisão de Medicina Preventiva do Hospital “Brigham and Women’s” e um dos pesquisadores principais do estudo. “Mas a evidência até agora tem sido inconclusiva. Os estudos randomizados anteriores foram realizados com populações menores, sugerindo que pode haver efeitos favoráveis sobre fatores de risco de doenças cardiovasculares, incluindo a redução da pressão arterial, melhora do fluxo sanguíneo e dilatação dos vasos sanguíneos, diminuindo a inflamação e talvez melhorando a sensibilidade à insulina e a capacidade para metabolizar a glicose”, ressalta o pesquisador.
A má notícia para os aficionados por chocolate, entretanto, é que embora o cacau seja um ingrediente chave, as variações nos métodos de processamento fazem do chocolate uma fonte não confiável de flavonoides. O Dr. Manson explica que o chocolate também contém gordura, açúcar e calorias e que, portanto, é improvável que a pesquisa resulte em indicações para comer mais chocolate, embora cápsulas ou bebidas ricas em flavonóis de cacau são possíveis, disse o Dr. Manson.
A pesquisa, chamada COSMOS, também está investigando os potenciais benefícios de um multivitamínico diário contra o câncer. “Mas os resultados do COSMOS não levariam a uma recomendação clínica para comer mais chocolate, embora possa proporcionar mais incentivo para que as pessoas gostem de chocolate como um deleite”, disse o Dr. Manson.
Em vez de isolar os efeitos das vitaminas individuais em megadoses, o braço multivitamínico do ensaio pretende investigar o efeito combinado de doses mais baixas de vitaminas e minerais essenciais.
Como o estudo está avaliando problemas de saúde que aumentam com a idade, como doenças cardíacas, pressão alta, demência e câncer, o estudo é limitado a homens com mais de 60 anos e mulheres com mais de 65 anos que não têm história de doença cardiovascular e não foram diagnosticadas com câncer nos últimos dois anos. Cada participante irá tomar três pílulas por dia, mas não sabe quais contêm flavonóides de cacau, multivitaminas, combinações ou placebos. Isso permite aos pesquisadores testar quatro grupos diferentes: um recebendo um multivitamínico diário, um recebendo pó de cacau, um obtendo ambos e o último recebendo apenas placebos.
Acredita-se que os flavanoides de cacau promovam a produção de óxido nítrico nos vasos sanguíneos, o que dilata e relaxa as artérias, reduzindo a pressão arterial e mantendo o sangue fluindo para atender às necessidades do corpo. Os flavanoides podem também ter propriedades anti-inflamatórias que melhoram o metabolismo da glicose e reduzem a resistência à insulina.
Assista ao vídeo da Escola Médica de Harvard sobre o estudo (em inglês, com possibilidade de legendas em Português):
Acesse a reportagem completa da Universidade de Harvard (em inglês).
Acesse a página do Estudo COSMOS.
Acesse a página da Harvard Medical School.
Acesse a publicação Alimentos Regionais Brasileiros, 2ª Ed.
Fonte: Alvin Powell, Universidade Harvard. Imagem: Divulgação.
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