Notícia

Biossensor pode ajudar no controle de qualidade da carne

Pesquisadores da UFMG desenvolvem método e dispositivo que identifica a presença de diferentes tipos de carne na composição do produto

Pixabay

Fonte

Fapemig

Data

terça-feira, 28 março 2017 11:50

Áreas

Bioeletrônica. Biotecnologia. Agronegócio.

Na última sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, que investiga a possibilidade de carne adulterada e vencida ter sido comercializada por frigoríficos brasileiros. Quarenta empresas do setor alimentício serão investigadas por envolvimento em um esquema de corrupção. Indícios sugerem que carnes teriam sido vendidas fora do prazo de validade, misturadas com papelão e até com substâncias cancerígenas.

Foi pensando em evitar esse tipo de fraude que pesquisadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em colaboração com pesquisadores da UFMG, desenvolveram um biossensor para controlar a qualidade dos alimentos e identificar fraudes. A pesquisa conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

O dispositivo é simples, pequeno, portátil, além de ser de fácil manuseio e fornecer resultados rápidos, seguros e com menos etapas. Ele é capaz de analisar a presença de carne de cavalo, boi, cachorro, galinha, coelho e porco, além de identificar a quantidade. “Fizemos vários testes nos quais detectamos que, muitas vezes, a descrição no rótulo não confere com o produto. Por isso, o biossensor ajudará no controle de qualidade e, como consequência, na saúde do consumidor”, explica o coordenador das pesquisas, Dr. Luiz Guilherme Heneine.

A aplicabilidade do produto é diversa. Sabe-se que, nas indústrias, as misturas podem ser realizadas visando maior lucro, mas o empresário pode usar o teste como uma ferramenta de rastreabilidade e, desta forma, comprovar a qualidade da carne. Os órgãos reguladores também podem usar o biossensor para fiscalizar se os ingredientes citados no rótulo estão de acordo com as proporções autorizadas e identificar misturas impróprias.

No Brasil, ainda não existe tecnologia para essa finalidade. Após quase dez anos de pesquisa,  o Dr. Luiz Guilhjerme acredita que se tiverem o investimento necessário, é possível que em cinco anos o produto possa ser comercializado em grande escala. De acordo com ele, a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) tem assessorado na montagem de um plano de negócio.

Funcionamento

Os biossensores detectam a presença ou ausência de uma substância através da ligação de um biomarcador (nesse caso um anticorpo específico para determinada espécie de carne) e enviam essa informação através de energia elétrica ou óptica para circuitos eletrônicos, que as amplificam, permitindo aos operadores dos equipamentos receberem a informação para análise posterior. Existem vários tipos de biossensores. Nesse caso, os pesquisadores usam o impedimétrico. Ele sinaliza quando algo atrapalha o equilíbrio que existia, aumentando a resistência à passagem da corrente elétrica. Isso torna possível identificar a espécie de carne em função do anticorpo presente no biossensor.

Para isso ocorrer, os pesquisadores definiram seis tipos de carnes de animais que seriam testadas e fizeram os anticorpos para cada espécie. Assim, o teste só reconhecerá a carne para a qual foi desenvolvido. “Quando aparece a alteração na impedância, já é possível saber qual a espécie de carne que está presente, pois o eletrodo colocado é capaz de identificar aqueles seis tipos. Logo, é possível enxergar pelo aumento de resistência qual foi o tipo de contaminação”, acrescenta o pesquisador.

Fonte: Roberta Nunes, Fapemig. Imagem: Divulgação.

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