Notícia
Bioprótese mais resistente e menos tóxica para válvula cardíaca
Pesquisadores do IPEN estão testando incorporação do óxido de grafeno à bioprótese de pericárdio bovino
Pixabay
Fonte
IPEN
Data
quinta-feira, 14 setembro 2017 09:00
Áreas
Nanomateriais. Biomecânica. Biotecnologia. Bioquímica. Cardiologia. Engenharia Biomédica.
Um dos momentos mais esperados na celebração do 61º aniversário do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) foi o anúncio do vencedor do Prêmio IPEN de Inovação Tecnológica. Nesta quarta edição, a pesquisa premiada foi “Utilização do nanocompósito a base de óxido de grafeno incorporado ao pericárdio bovino empregado em dispositivos cardiovasculares”, coordenada pela Dra. Solange Kazumi Sakata, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR). Ela recebeu um troféu e um cheque simbólico de R$ 100 mil, valor a ser alocado para seu grupo no próximo ano. .
A pesquisa vai beneficiar diretamente pessoas cardiopatas que utilizam prótese em substituição à válvula cardíaca – estima-se que foram realizadas aproximadamente 400 mil cirurgias dessa natureza no ano de 2014, em todo o mundo. Dentre as próteses utilizadas, destaca-se a bioprótese, que, apesar de apresentar uma rejeição menor que a prótese mecânica, tem durabilidade reduzida em virtude de calcificação e posterior deterioração. O grupo da Dra. Solange está estudando como aumentar a durabilidade da prótese desenvolvida a partir do pericárdio bovino.
Essa durabilidade viria a partir da incorporação do óxido de grafeno funcionalizado com polietilenoamina à bioprótese de pericárdio bovino, pela sua capacidade de aumentar a resistência mecânica de materiais e minimizar o processo de calcificação. A funcionalização do óxido de grafeno o torna biocompatível e consequentemente diminui a sua citotoxicidade. A pesquisa está sendo desenvolvida pela aluna de mestrado Jaqueline Jamara Souza Soares, e tem a colaboração da Dra. Marina Maizato, da Dra. Idágene Cestari e do Dr. Fábio Jatene, do Instituto do Coração (InCoR-HC/FMUSP).
Impactos
Na caracterização da inovação tecnológica de seu projeto, a Dra. Solange descreveu os principais impactos da pesquisa: a redução de gastos na área da saúde com a diminuição das trocas das biopróteses em consequência da maior durabilidade das válvulas implantadas (impacto econômico); a melhora na qualidade de vida do paciente, que não necessita de outra cirurgia e continuará com suas atividades normais por um período maior (impacto social); a eficiência do uso da radiação ionizante para esterilizar os nanomateriais, não sendo necessário o uso de compostos tóxicos para o mesmo fim (impacto ambiental).
Nos campos científico e tecnológico, propriamente ditos, os impactos foram, respectivamente, o pioneirismo no desenvolvimento dos métodos de incorporação dos nanomateriais estudados no pericárdio bovino e as técnicas de caracterização aplicadas no projeto e a utilização de nanomateriais para melhorar um dispositivo cardíaco, que em breve poderá estar disponível para transferência de tecnologia.
Fonte: IPEN. Imagem: Pixabay.
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