Notícia
Biomaterial desenvolvido na Unesp se mostra capaz de acelerar regeneração óssea
Estudo in vitro mostrou que fosfato de cálcio carregado com cobalto estimula a diferenciação de células produtoras de osso por mimetizar um ambiente com baixa concentração de oxigênio
Dr. Willian Fernando Zambuzzi, Unesp
Fonte
Agência FAPESP
Data
segunda-feira, 30 outubro 2023 16:15
Áreas
Bioengenharia. Biomateriais. Ciência dos Materiais. Engenharia Biomédica. Engenharia de Tecidos. Medicina. Odontologia. Ortopedia.
Pesquisadores do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp) desenvolveram um novo biomaterial que acelera a diferenciação de células que produzem ossos – conhecidas como osteoblastos. O resultado se mostrou promissor para uso futuro em processos de regeneração óssea, podendo ser empregado, por exemplo, em enxertos e recobrimento de implantes.
O estudo mostrou que o desenvolvimento de um fosfato de cálcio – molécula com estrutura semelhante ao mineral ósseo – carregado (dopado) com cobalto é capaz de estimular a diferenciação dos osteoblastos. O resultado foi publicado na revista científica Journal of Biomedical Materials Research.
“Nossos dados reúnem, pela primeira vez, evidências suficientes baseadas na hipóxia [baixa concentração de oxigênio] de que podemos ter um novo material biomimético com perspectivas de regenerar o tecido ósseo. Em enxertos nem sempre há condições de quantidade e qualidade suficientes para que o osso autógeno [removido do próprio paciente para enxerto] seja usado na clínica”, afirmou à Agência FAPESP o biólogo e professor Dr. Willian Fernando Zambuzzi, responsável pelo estudo.
Atualmente, tratamentos para pacientes que precisam de enxerto, seja por fraturas, por intervenções para retirada de tumores (ressecção) ou mesmo em próteses dentárias, acabam usando fragmentos de ossos provenientes do próprio indivíduo. Esse processo, no entanto, demanda cirurgias adicionais para a obtenção do material autógeno, com aumento do risco de infecções e maior tempo de convalescença.
Pesquisador da biologia do osso desde os anos 2000, o professor Willian Zambuzzi tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e é orientador do doutorando Gerson Santos de Almeida, primeiro autor do trabalho. Segundo o professor, o grupo tem buscado conhecer moléculas e mecanismos envolvidos no desenvolvimento ósseo e sua relação com biomateriais.
Nos últimos anos, com o aumento da expectativa de vida da população, processos regenerativos do tecido ósseo têm sido alvo de pesquisas no mundo todo e de busca por terapias mais eficazes, visando restabelecer o paciente rapidamente, reduzir o tempo de internação, os custos do tratamento e eventuais efeitos colaterais. Entre as linhas de estudo estão o desenvolvimento de materiais que repliquem com similaridade, segurança e eficiência a complexidade da estrutura óssea.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.
Fonte: Luciana Constantino, Agência FAPESP. Imagem: Fotomicrografia do material sintetizado pelos pesquisadores do IBB-Unesp. Fonte: Dr. Willian Fernando Zambuzzi, Unesp.
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