Notícia

Bioengenheira desenvolve braço robótico de sinalização para pessoas com surdocegueira

Matthew Modoono, Universidade Northeastern

Fonte

Universidade Northeastern

Data

quinta-feira, 14 julho 2022 17:50

Áreas

Bioeletrônica. Biomecânica. Computação. Empreendedorismo. Engenharia Biomédica. Impressão 3D. Inclusão Social. Robótica.

Samantha Johnson, bioengenheira e fundadora da startup Tatum Robotics, lembra-se claramente de quando conheceu uma pessoa surdocega pela primeira vez.

Ela estava em seu segundo ano na Universidade Northeastern, nos Estados Unidos, fazendo um curso de Língua de Sinais Americana, o que exigia que ela aprendesse mais sobre a comunidade surda local participando de eventos locais. Em um dos eventos, ela conheceu uma mulher surdocega. “Eu pensei que era realmente como mágica como eles poderiam de alguma forma entender [o que estava sendo comunicado] puramente em suas mãos”, disse Samantha Johnson.

As pessoas surdocegas se comunicam via língua de sinais tátil com a ajuda de um parceiro ou de um intérprete, segurando sua mão dominante enquanto o intérprete sinaliza. Trocando sinais com a mulher, Samantha imediatamente pensou em um dispositivo robótico que pudesse fornecer os sinais para as pessoas surdocegas. Mas ela não teve tempo ou habilidades para desenvolver tal dispositivo durante seu segundo ano, então apenas guardou a ideia.

Recentemente, no entanto, Samantha Johnson, que agora tem 23 anos e é ex-aluna da Universidade Northeastern, foi anunciada como a primeira vencedora do 2022 Innovator Awards, concedido pela Plataforma Women Who Empower, na categoria de jovens ex-alunos de pós-graduação, pelo desenvolvimento de um braço robótico que pode sinalizar em língua de sinais tátil.

Com o  prêmio de US$ 22.000 (cerca de R$ 120 mil), a agora bioengenheira planeja aplicar os recursos em mais pesquisas e desenvolvimento, bem como em custear a contratação de consultores surdocegos para ajudar a debater ideias e avaliar protótipos. “Eu realmente vejo que podemos realizar qualquer coisa a que nos propusermos”, disse Samantha.

“Decidi fazer bioengenharia com a suposição de que desenvolveria próteses ou tecnologias assistivas”, disse Samantha Johnson, que ainda trabalha como auxiliar de habilidades de vida para adultos com deficiência após o trabalho.

Johnson reviveu sua ideia de criar um dispositivo de comunicação para surdocegos em seu último ano de faculdade. Em 2020, ela deveria trabalhar em sua tese em um laboratório, mas todos os laboratórios na universidade fecharam devido à pandemia da COVID-19. Em vez disso, Samantha Johnson passou a trabalhar na tese em seu pequeno estúdio.

Ela instalou impressoras 3D, comprou ferros de solda e começou a construir uma mão para sinalização em colaboração com o Centro de Contato para Surdocegos em Allston. Ela mesma projetou todas as peças, realizou a impressão em 3D, a montagem e desenvolveu o código. Depois que os protótipos iniciais foram construídos, seu pai, o engenheiro de software Todd Johnson, assumiu o desenvolvimento do software.

Para garantir que o dispositivo fosse eficaz, Samantha pediu ajuda ao Dr. Taskin Padir, diretor do Instituto de Robótica Experimental da Universidade Northeastern; ao Dr. Jon Matthis, professor de Biologia; à Dra. Chiara Bellini, professora de Bioengenharia e orientadora de seu trabalho; e à Dra. Mona Minkara, professora de Química e Bioquímica. Ela também estabeleceu colaboração com o grupo New Dexterity da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.

“Samantha empregou uma abordagem verdadeiramente experimental em seu projeto. Em vez de procurar uma aplicação para uma tecnologia, ela identificou uma necessidade não atendida na comunidade de surdocegos e definiu o rumo de seu projeto para causar impacto. Essa é a receita do sucesso”, destacou o professor Taskin Padir.

Atualmente, a Tatum Robotics continua trabalhando em uma mão robótica antropomórfica de baixo custo que permitirá o uso da linguagem de sinais tátil e um braço robótico seguro e compatível para que o sistema possa sinalizar palavras e frases mais complexas. Está sendo criada uma interface com o usuário e um software de reconhecimento de gestos, para que as pessoas surdocegas possam responder e ter comunicação bidirecional sozinhos.

Samantha Johnson tem recebido feedback positivo de outros engenheiros e empreendedores, e eles geralmente sugerem focar em outros públicos maiores ou mercados mais lucrativos. “A tecnologia em si é nova. O que estamos fazendo pode fazer mais do que beneficiar as pessoas surdocegas”, disse Samantha.

Mas por enquanto ela prefere se concentrar na comunidade de surdocegos, que tem sido historicamente mal atendida e, talvez, expandir para outros setores mais tarde. “Podemos realmente causar muito impacto na vida dessas pessoas que atualmente não têm nenhum meio de comunicação”, concluiu a bioengenheira.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Northeastern (em inglês).

Fonte: Alena Kuzub, Universidade Northeastern. Imagem: Samantha Johnson e o novo braço robótico. Fonte: Matthew Modoono, Universidade Northeastern.

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