Notícia

Bebês passam em teste de reconhecimento facial

elifesciences.org

Fonte

elifesciences.org

Data

quinta-feira, 4 junho 2015 19:55

Áreas

Neurociência.

Estudo publicado no último dia 2 de junho na revista científica eLife Sciences pelos pesquisadores Dra. Adelaide de Heering e Dr. Bruno Rossion, da Universidade de Louvein, na Bélgica, apresenta novos avanços no entendimento da percepção de imagens faciais por bebês com idade entre 4 e 6 meses.

Segundo os pesquisadores, “uma função fundamental do cérebro humano é organizar eventos sensoriais em classes distintas, isto é, realizar a  categorização da percepção. Esta função é bem ilustrada na visão: a categorização visual em cenas naturais ocorre muito rapidamente e na ausência quase total de atenção. No entanto, a categorização visual é extremamente desafiadora, principalmente em bebês com poucos meses. Neste caso, uma série de “detalhes” poderia confundir a percepção visual do bebe: o ambiente de fundo, as cores, a variabilidade dos formatos dos rostos, a orientação do rosto que o bebê observa e outros. Apesar deste desafio, o desempenho humano na categorização ou reconhecimento das imagens faciais quando misturadas a outras de objetos diversos é impressionante, superando até mesmo os mais sofisticados sistemas automáticos”

Os pesquisadores acessaram a atividade elétrica cerebral através de eletroencefalogramas (EEGs) em bebês de 4 a 6 meses enquanto eram estimulados com imagens de objetos em seu fundo natural em uma taxa rápida de 6 imagens por segundo (6 Hz). Imagens de rostos amplamente variáveis que aparecem a cada 5 estímulos geram uma resposta eletrofisiológica sobre o hemisfério direito exatamente a 1,2 Hz (6 Hz / 5).  

 

Veja o vídeo de um trecho das imagens mostradas aos bebês em um dos experimentos: elife06564v001

 

Resultados dos EEGs no canal P8 occipito-temporal do hemisfério direito: intensidade do sinal é claramente maior quando aparecem os rostos (fonte: elifesciences.org).

 

Os experimentos realizados demonstram que o hemisfério cerebral direito dos bebês discrimina fotografias naturais de rostos de outros objetos de várias categorias e generaliza através de fotografias de rosto, apesar de sua alta variabilidade física. Nos experimentos, os rostos são temporalmente incorporados em uma sequência de estimulação rápida de objetos diversos.

Estes resultados indicam que o processo de lateralização cerebral direita para a percepção de rostos surge bem antes da aquisição da leitura no cérebro infantil, e que este processo pode realizar a segregação figura-fundo e generalizar a percepção facial com todas as mudanças no tamanho, ponto de vista, iluminação, bem como expressão, idade e sexo. Estas observações feitas com uma abordagem altamente sensível e objetiva abrem caminho para esclarecer o curso de desenvolvimento de categorização das imagens naturais no cérebro humano.

Fonte: elifesciences.org. Imagens: elifesciences.org / Adelaide de Heering e Bruno Rossion. Tradução: Tech4Health.

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