Notícia
Avanços da bioeletrônica tornam possível eletroterapia sem cirurgia
A eletroterapia é um método de tratamento médico que utiliza correntes elétricas para estimular tecidos do corpo e o sistema nervoso
Divulgação, Universidade Lund
Fonte
Universidade Lund
Data
quinta-feira, 24 agosto 2023 12:15
Áreas
Bioeletrônica. Biologia. Biomateriais. Bioquímica. Cardiologia. Engenharia Biomédica. Física Médica. Medicina. Neurociências. Neurologia. Sistemas de Controle.
Pesquisadores da Universidade Lund e da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, desenvolveram com sucesso eletrodos orgânicos temporários que podem ser perfeitamente integrados em sistemas biológicos. O método, publicado na revista científica Nature Communications, abre um futuro onde a bioeletrônica pode ser implantada e removida do corpo sem cirurgia.
A eletroterapia é um método de tratamento médico que utiliza correntes elétricas para estimular tecidos do corpo e o sistema nervoso. Normalmente, este tratamento é usado para doenças crônicas, como doença de Parkinson ou distúrbios do ritmo cardíaco. No entanto, existem várias doenças não crônicas, como câncer e lesões nervosas, que poderiam potencialmente se beneficiar da eletroterapia. O desafio está na necessidade de cirurgia para colocação dos eletrodos metálicos necessários ao tratamento. Em tecidos sensíveis, como o cérebro, isto envolve frequentemente um procedimento muito complexo.
“Em vez disso, desenvolvemos uma técnica em que uma solução de nanopartículas é injetada no tecido usando uma agulha do tamanho de um cabelo humano. Estas partículas, compostas por pequenas cadeias moleculares (polímeros), se auto-organizam numa estrutura condutora e integram-se com as células do corpo”, explicou o Dr. Roger Olsson, professor de Biologia Química e Desenvolvimento de Medicamentos na Universidade Lund, que também lidera um laboratório de Química na Universidade de Gotemburgo.
A abordagem difere dos métodos convencionais por ser minimamente invasiva. Além disso, as partículas se decompõem e são excretadas do corpo após o tratamento, eliminando a necessidade de remoção cirúrgica. Os eletrodos formados cobrem áreas maiores do que os eletrodos metálicos usados atualmente, o que pode tornar o tratamento mais eficaz.
“Nosso trabalho integra naturalmente a eletrônica aos sistemas biológicos, o que abre possibilidades de terapias para doenças não crônicas e de difícil tratamento. No estudo utilizamos o peixe-zebra, um excelente modelo para estudar elétrodos orgânicos em estruturas cerebrais”, conclui o Dr. Martin Hjort, pesquisador da Universidade Lund e primeiro autor do estudo.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Lund (em inglês).
Fonte: Universidade Lund. Imagem: as áreas verdes no cérebro do peixe-zebra indicam que as células nervosas enviam sinais elétricos quando o eletrodo implantado transmite estímulos externos. A forma característica indica estimulação bem sucedida. Nenhum dano tecidual foi observado. Fonte: Divulgação, Universidade Lund.
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