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Avaliação da dor musculoesquelética em adolescentes e sua associação com o uso de dispositivos eletrônicos
Uso excessivo de dispositivos eletrônicos por adolescentes pode provocar vários problemas de saúde
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O desenvolvimento tecnológico ocorrido nos últimos anos tem aumentado e facilitado o acesso pessoal aos dispositivos eletrônicos. O uso de dispositivos como computadores, tablets, celulares e jogos eletrônicos tem transformado o cotidiano dos adolescentes, tornando-se parte importante de suas vidas, seja para fins de socialização, diversão, aprendizagem ou trabalho. No entanto, o uso abusivo pode gerar sobrecarga mental, excesso de peso, sedentarismo, dores musculoesqueléticas e diminuição das horas de sono, podendo ocasionar sintomas de agressividade, irritabilidade e cansaço.
A manutenção de posturas inadequadas por tempo prolongado, comumente adotadas durante o uso desses dispositivos, pode justificar a presença de alguns desses problemas. A fisioterapeuta Ingrid Saueressig e colegas da Universidade de Pernambuco, em Petrolina, publicaram na última edição da Revista Dor (Vol.16, n.2) um estudo sobre a prevalência da dor musculoesquelética em adolescentes e sua associação com o uso de dispositivos eletrônicos.
A amostra foi composta por 265 adolescentes de ambos os sexos (14 a 19 anos), estudantes de uma escola pública, que responderam a um questionário sobre o uso de dispositivos eletrônicos, dor musculoesquelética (DME), atividade física e dados sócio-demográficos. Foram utilizadas 46 questões do questionário autoaplicável e uma figura representativa do corpo para localizar a dor. Esse instrumento inclui aspectos sobre sintomas dolorosos do sistema musculoesquelético presentes nos últimos três meses e questões relacionadas ao uso de computador e jogos eletrônicos. Quanto ao uso do computador, foi avaliado o tipo de uso, disponibilidade domiciliar, idade de início de uso, frequência de uso (segunda a sexta-feira e fim de semana) e atividades realizadas no aparelho. Com relação aos jogos eletrônicos, foram avaliados: uso dos jogos, disponibilidade domiciliar, frequência e tempo de uso (segunda a sexta-feira, ou também no final de semana), utilização no dia anterior à pesquisa e tempo de uso. Quanto aos sintomas dolorosos, o questionário avaliou: época de início, periodicidade, duração e horário, fatores modulares e desencadeantes, características sensoriais, interferência nas atividades diárias, uso de fármacos analgésicos, localização e avaliação da intensidade através da escala visual numérica de 10 pontos.
Dentre os achados da pesquisa, foi observada uma média de uso de 3,83 h diárias de computador e tempo total de 4,69 h/dia, o que é considerado um tempo elevado, segundo a literatura. A quantidade de horas consumidas pelos adolescentes traduz o uso excessivo desses dispositivos e pode servir de alerta para possíveis queixas dolorosas. A prevalência da DME foi de 72% dos adolescentes e predominou no sexo feminino, em especial em estudantes do ensino médio. A localização da DME predominou na região toracolombar; coluna cervical e cintura escapular. O uso de analgésicos foi necessário em torno de 70% dos casos, quando havia piora dos sintomas dolorosos. O estudo não avaliou os diferentes tipos de dispositivos eletrônicos, assim como outras consequências oriundas das queixas apresentadas, como fibromialgia, artralgias e vícios posturais provocadas pela dor.
Fonte: Revista Dor. Imagem: Shutterstock.
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