Notícia
Apneia do sono pode aumentar risco de síndrome coronariana aguda
Reinfarto e mortalidade foram mais frequentes em estudo
Wikimedia Commons
Fonte
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Data
sexta-feira, 3 fevereiro 2017 13:20
Áreas
Medicina. Cardiologia. Sono. Saúde Pública.
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um distúrbio respiratório em que ocorre o colapso dos tecidos orofaríngeos nas vias aéreas superiores interrompendo o fluxo de ar por mais de 10 segundos. O termo apneia refere-se à interrupção completa do fluxo de ar de modo repetitivo e frequente, enquanto que a hipopneia refere-se à diminuição do fluxo de ar em torno de 50% em combinação com uma diminuição da saturação da oxihemoglobina em pelo menos 4%.
O diagnóstico da SAOS é baseado na história clínica, antecedentes do sono e questionários específicos como o Epworth’s que leva em consideração o grau de sonolência durante o dia; achados do exame físico (ronco habitual, dificuldade para respirar, respiração bucal, hipertrofia das amigdalas, déficit de atenção, alterações de comportamento, agitação psicomotora). O método padrão-ouro consiste na avaliação dos estágios do sono pela polissonografia além do monitoramento da saturação de oxihemoglobina, tipo de respiração ( oral e/ou nasal) e os resultados de eletrocardiograma e eletromiografia.
A gravidade da SAOS pode ser classificada de acordo com o índice de episódios de apneia ou hipopneia por hora de sono e parece estar relacionada com uma série de consequências adversas para o sistema cardiovascular incluindo a doença arterial coronariana (DAC), que apresenta alta taxa de mortalidade, além de acidente vascular encefálico. Nem sempre o diagnóstico da SAOS pode ser realizado pela polissonografia, que além do alto custo, irá depender do tipo de aparelho e examinador que interpretará o exame.
Um estudo publicado na edição de janeiro de 2017 da revista científica Arquivos Brasileiros de Cardiologia que é a publicação oficial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), avaliou 639 casos após 30 dias, 180 dias e um ano de um episódio de uma síndrome coronariana aguda (SCA) através do questionário de Berlim como substituto da polissonografia. O pesquisador Dr. Flavio Maia e colaboradores do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) e do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor-HCFMUSP) avaliaram a influência da SAOS como fator de risco para os desfechos fatais (mortalidade) e não fatais nos pacientes após SCA na Estratégia de Registro da Insuficiência Coronariana (estudo ERICO).
Os resultados mostraram uma associação positiva do alto risco para a SAOS como desfecho combinado para infarto agudo do miocárdio (IAM) fatal e recorrente não fatal em pacientes portadores de SAC com seguimento médio de 2,6 anos. A mortalidade devida à SAC ou reinfarto foi quatro vezes maior entre indivíduos com alto risco para SAOS se comparados aos de baixo risco. A SAOS foi considerada um fator preditivo independente para reinfarto ou mortalidade após SAC.
Acesse o artigo científico completo.
Fonte: Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Imagem: Wikimedia Commons
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