Notícia
Aplicativo desenvolvido na UFS auxilia neurocirurgias minimamente invasivas
Tecnologia permite localização de tumores cerebrais em pacientes oncológicos
Josafá Neto/Rádio UFS
Fonte
UFS | Universidade Federal do Sergipe
Data
quarta-feira, 25 novembro 2020 11:50
Áreas
Bioinformática. Medicina. Neurocirurgia.
O neurocirurgião Bruno Fernandes encontrou na tecnologia uma fonte de inspiração para desenvolver um aplicativo cuja finalidade é auxiliar equipes médicas em procedimentos neurocirúrgicos. O Neurokeypoint AR, como foi denominado o app, permite a localização de tumores intracranianos, de forma precisa, a partir do reconhecimento automático de marcadores colocados na cabeça do paciente com o uso do aparelho celular.
Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o médico trabalha na tecnologia há cerca de dois anos. O intuito é possibilitar a realização de neurocirurgias minimamente invasivas.
“Inicialmente, a gente desenvolveu um outro aplicativo que não utilizava recurso de cirurgia guiada por imagem. A gente já tem mais de 80 casos feitos por esse outro aplicativo, que, na verdade, utilizava um compasso. A evolução desse aplicativo que utilizava um compasso, justamente, é esse que utiliza recursos de realidade aumentada para poder conseguir essa precisão na execução de neurocirurgias”, explicou o especialista.
Bruno Fernandes destaca que a ferramenta inovadora permite a realização de cirurgias menos agressivas e com menor margem de erro com relação à identificação das lesões. “Se eu tenho um dispositivo que me permite a localização precisa da lesão, eu consigo fazer uma cirurgia menor, abrir menos o paciente, fazer uma craniometria menor, menor lesão, e presumidamente, um melhor resultado do procedimento.”
O estudante do segundo período do curso de Medicina da UFS, Guilherme Almeida, atuou no desenvolvimento da programação do aplicativo. Ele conta que o interesse pela pesquisa surgiu diante do desafio de estudar a fronteira do conhecimento entre a computação e a medicina. “Eu basicamente peguei da programação o conhecimento de álgebra linear, a linguagem swift da Apple, a biblioteca da Apple. E eu juntei tudo isso com os princípios neurocirúrgicos já existentes para desenvolver esse aplicativo.”
O app busca facilitar o acesso de pacientes às neurocirurgias diante do custo elevado desse tipo de procedimento. “Não estamos falando de baratear a percentagem de 30%, mas sim de utilizar um recurso de celular, ou seja, não há recurso adicional despendido. Então, fica difícil fazer a comparação de R$ 300 mil, R$ 400 mil, R$ 500 mil, versus nada. A vantagem, quanto ao custo, é absurdamente alta”, disse Bruno Fernandes.
Bruno ainda destaca que o app não substitui completamente o neuronavegador. “O neuronavegador vai ser utilizado em outras situações onde o aplicativo não está preparado ainda para auxiliar. Mas o que a gente pode dizer: em grande parte das situações, [devido] às funções do neuronavegador, que seriam de localizar a região onde a gente vai fazer a craniometria, o aplicativo consegue ajudar nisso.”
Os pesquisadores utilizaram a ferramenta, pela primeira vez, há cerca de um mês, para retirada de um tumor de um paciente do Hospital de Cirurgia, em Aracaju, onde Bruno realiza a pesquisa em parceria com o Grupo de Neurocirurgia Oncológica. “Você tem uma ferramenta que permite uma localização, planejamento cirúrgico muito mais fino no contexto, inclusive no Sistema Único de Saúde, o SUS”, apontou Guilherme Almeida.
Assista ao vídeo que explica como funciona o aplicativo:
Acesse a notícia completa na página da UFS.
Fonte: Abel Victor e Josafá Neto, Rádio UFS. Imagem: Josafá Neto/Rádio UFS.
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