Notícia

Anticorpos poliméricos podem eliminar eficientemente células cancerosas

F. Canfarotto et al./Nano Letters

Fonte

Instituto de Física e Tecnologia de Moscou

Data

terça-feira, 28 agosto 2018 15:35

Áreas

Biologia Celular e Molecular. Farmacologia. Bioquímica.

Uma equipe de pesquisa conjunta da Rússia e do Reino Unido demonstrou a possibilidade de desenvolver um novo tipo de drogas antineoplásicas baseadas em nanoMIPs, ou “anticorpos plásticos”. As NanoMIPs são polímeros sintéticos que podem funcionar como anticorpos, ligando-se seletivamente às proteínas alvo na  superfície das células cancerosas. Esta abordagem poderia levar a uma mudança de paradigma no desenvolvimento de novos métodos para o tratamento do câncer. A pesquisa foi realizada por uma equipe internacional da Universidade de Leicester, da Universidade de Londres, do Instituto de Citologia da Academia Russa de Ciências e do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou (MIPT). O artigo relatando os resultados do estudo foi publicado na revista científica Nano Letters.

As principais desvantagens da maioria dos medicamentos anti-câncer são sua baixa especificidade e os efeitos colaterais associados. A quimioterapia convencional ataca todas as células em divisão, sem exceção, portanto, células saudáveis ​​e cancerosas são afetadas.

No entanto, os avanços na pesquisa do câncer levaram a um melhor entendimento dos mecanismos moleculares e dos principais agentes responsáveis ​​pelo desenvolvimento do tumor. Novas descobertas têm permitido novos fármacos antineoplásicos que podem distinguir entre células saudáveis ​​e cancerígenas agindo em alvos moleculares específicos.

Como as células dos tumores sofrem uma divisão rápida, elas dependem de um fornecimento constante de substâncias que estimulam o crescimento e a proliferação celular. Essas substâncias, conhecidas como fatores de crescimento, vêm de fora da célula e podem ser identificadas pelas proteínas receptoras correspondentes na superfície celular. Esses fatores externos ativam a sinalização intracelular, estimulando a proliferação de células cancerígenas. Descobriu-se que as proteínas receptoras na superfície da célula são frequentemente superexpressas – isto é, sintetizadas em excesso – em vários tumores sólidos.

Nas duas últimas décadas, uma série de drogas terapêuticas que atuam sobre fatores de crescimento foram desenvolvidas e testadas clinicamente. Os novos medicamentos suprimem a ligação dos fatores de crescimento aos receptores, além de afetar diretamente sua atividade enzimática. Neste sentido, o desenvolvimento de novas drogas sintéticas contra este tipo de alvos é uma área promissora de farmacologia molecular que atrai a atenção de pesquisadores de todo o mundo.

O grupo de pesquisa internacional liderado pelo professor Nickolai Barlev, chefe do Laboratório de Regulagem de Sinalização Celular no MIPT, mostrou que é possível desenvolver uma nova classe de medicamentos antineoplásicos baseados em um tipo de partículas chamadas nanoMIPs, ou polímeros nanométricos impressos molecularmente. Os NanoMIPs são uma alternativa polimérica sintética para anticorpos com uma estrutura 3D que permite que eles se liguem apenas a um determinado fragmento de uma proteína alvo. Isso garante sua alta especificidade. Ao contrário dos anticorpos, as nanoMIPs também podem transportar agentes anticancerígenos adicionais. Em sua pesquisa, os autores provaram pela primeira vez que é possível sintetizar nanoMIPs capazes de se ligar seletivamente às sequências de aminoácidos de suas proteínas-alvo. O estudo também demonstrou o potencial da aplicação de nanoMIP na distribuição direcionada de medicamentos.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou (em inglês).

Fonte: Instituto de Física e Tecnologia de Moscou. Imagem: F. Canfarotto et al./Nano Letters.

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