Notícia
Ansiedade no pré-operatório, sintomas vasovagais e raquianestesia
Informação ao paciente e medicação ansiolítica podem auxiliar no pré-operatório
Pixabay
Fonte
Revista Brasileira de Anestesia
Data
sábado, 29 julho 2017 09:00
Áreas
Medicina. Psiquiatria. Anestesiologia.
A ansiedade é um sentimento espontâneo e ambíguo de oscilação do humor, cuja razão é desconhecida e pode ser experimentada com sensação de medo, angústia e eventos ruins iminentes. É uma reação natural que as pessoas desenvolvem contra situações nas quais não se sentem seguras e um tipo de estado de alerta quando uma situação é percebida como potencialmente ameaçadora.
A incidência de ansiedade entre os pacientes hospitalizados é de 10% a 30%, em geral. Mas a incidência de ansiedade no período pré-operatório em pacientes adultos pode chegar a 80%. A ansiedade no período pré-operatório é uma situação caracterizada por inquietação e preocupação decorrentes de qualquer doença, internação, anestesia e cirurgia ou por não saber o que poderá acontecer. A ansiedade aumenta a resposta ao estresse e ativa a liberação de mediadores neuroendócrinos nos pacientes. Isso tem um efeito negativo na cirurgia, anestesia e recuperação pós-operatória.
A síncope vasovagal, também conhecida como síncope vasopressora de origem neurocardiogênica é o resultado de interações anormais do complexo do mecanismo neurocardiovascular, necessário para a manutenção da perfusão sistêmica e cerebral. Na forma clássica de síncope neurocardiogênica, achados cardiovasculares como hipotensão, bradicardia, palidez e sudorese são observados juntamente com perda da consciência e perda do tônus postural. A ansiedade grave pode ser a origem da síncope neurocardiogênica..
Um estudo realizado por pesquisadores turcos foi publicado na edição de julho/agosto de 2017 da Revista Brasileira de Anestesia com o objetivo de investigar a relação entre a ansiedade no período pré-operatório e os sintomas vasovagais observados durante a administração de raquianestesia em pacientes submetidos a cirurgia nas regiões perianal e inguinal. Foram incluídos 210 pacientes entre 18 e 65 anos e estado físico ASA I-II em programação para cirurgias de correção de hérnia inguinal, fissura anal, hemorroidas e excisão de fístula pilonidal. A avaliação dos pacientes compreendeu história de tabagismo e consumo de álcool, classificação ASA e nível de escolaridade. As correlações foram avaliadas entre o número de tentativas de aplicação da raquianestesia e história de anestesia com sintoma vasovagal, nível de escolaridade, sexo, tabagismo e consumo de álcool, história anestésica e escores de ansiedade. O inventário do estado (transitório) de ansiedade, parte do Inventário de Ansiedade Traço-Estado (State Trait Anxiety Inventory – IDATE), foi usado para determinar os níveis de ansiedade dos participantes. Achados clínicos de vasodilatação periférica, hipotensão, bradicardia e assistolia observados durante a administração da raquianestesia foram registrados.
Os resultados mostraram que houve um aumento dos incidentes vasovagais durante a administração da raquianestesia em casos com escores elevados de ansiedade, pacientes do sexo masculino e pacientes sem história anestésica. O nível de escolaridade e o número de punções com agulha espinhal não mostraram ter qualquer efeito sobre os incidentes vasovagais.
Os autores concluíram que fornecer boa informação ao paciente sobre a anestesia regional e promover alívio da ansiedade com tratamento ansiolítico no pré-operatório podem contribuir para eliminar possíveis incidentes vasovagais.
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Fonte: Revista Brasileira de Anestesia. Imagem: Pixabay.
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