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Amigdalite: dor causada pela inflamação pode chegar à escala máxima
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor esclarece sobre a doença
Divulgação
Quem tem amigdalite conhece bem a sensação desconfortável de dor causada pela inflamação da área. “Sentir dor na amigdalite é normal”, explica o Dr. Irimar de Paula, presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor – SBED. Mas o que é preocupante, segundo ele, é quando essa dor passa do nível moderado e atinge níveis próximos ao grau máximo de 10 – a dor mais intensa que pode sentir.
A doença se caracteriza pela inflamação aguda ou crônica e inchaço da região das amígdalas palatinas ou linguais. Existem dois tipos: as virais e as bacterianas. O médico explica que a viral costuma ser menos dolorosa, com aumento controlado da temperatura corporal e sintomas como coriza e obstrução nasal. A bacteriana é mais intensa, causa febre alta, dor forte, ‘ínguas’ e placas de pus, além de inchaço e vermelhidão na região. “A exceção é a amigdalite da mononucleose infecciosa, doença de causa viral, mas que provoca febre alta, ínguas e placas que se assemelham a pus”, observa.
A incidência é mais frequente nas crianças e em estações frias. A disseminação pode ocorrer por meio da saliva e uso compartilhado de talheres e copos, por exemplo. O próprio organismo responde naturalmente à infecção, mas o tratamento medicamentoso é importante para o alívio sintomático, especialmente de febre e de dor.
Segundo o Dr. Irimar, “o tratamento das amigdalites virais costuma ser feito com remédios anti-inflamatórios e sintomáticos, enquanto nas bacterianas, além destes, introduz-se antibióticos. Os mais indicados são os analgésicos anti-inflamatórios não esteroidais, a dipirona e o paracetamol”.
Quando é muito forte, a dor na amigdalite pode indicar uma complicação da infecção. “A dor é um bom medidor, pois a amigdalite pode levar a complicações que podem levar à morte, quando não tratadas”, alerta. Entre as principais enfermidades relacionadas estão a escarlatina, o abscesso periamigdaliano, o retro e parafaríngeo e a septicemia. Outras complicações não supurativas (sem pus) também podem surgir, como febre reumática e glomerulonefrite difusa aguda, que podem causar sequelas irreversíveis ao paciente.
Ações “caseiras” ganharam fama por diminuir a dor, mas merecem atenção. Enquanto algumas têm eficiência médica comprovada, outras não têm. Veja abaixo as atitudes mais comuns que não possuem efetividade comprovada:
- Colocação de uma faixa ou lenço com álcool ou com outras substâncias ao redor do pescoço – Sua eficácia é apenas subjetiva. Não há comprovações;
- Gargarejo com água morna e sal – Tem utilidade apenas para higienizar a boca e faringe, mas seu efeito terapêutico no controle da infecção é praticamente inexistente;
- Ingerir balas e mel com própolis – não há evidências relevantes de efeito terapêutico. A ação pode trazer, no máximo, um conforto momentâneo à garganta;
- Ingerir alimentos ou bebidas quentes ou gelados – Não são indicados. Podem ser irritantes locais e provocarem desconforto a uma garganta previamente saudável.
Retirada das amígdalas é indicada a poucos pacientes
Outro tratamento possível é a retirada das amígdalas. Atualmente, ela é indicada apenas para quadros particulares, entre eles suspeita de câncer, crianças que não crescem e não ganham peso devido a infecções recorrentes ou repercussões respiratórias graves, que causam apneia do sono e problemas cardíacos. “Indicações relativas para a retirada são feitas quando há infecções repetidas, halitose, dificuldade para deglutir, roncos noturnos, má qualidade do sono e alterações anatômicas craniofaciais”, explica o Dr. Carlos Eduardo Rezende, otorrinolaringologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC e do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo.
A retirada era muito indicada com o intuito de reduzir a recorrência das infecções e, como consequência, melhorar a alimentação, o sono e a qualidade de vida. “Hoje, com o avanço na antibioticoterapia, houve uma sensível redução nas indicações cirúrgicas, quando se compara o número de retiradas há 30 anos, por exemplo”, explica o médico.
A retirada das amígdalas não costuma ocasionar problemas. Segundo o especialista, “a função delas no corpo é protetora, devido à sua localização privilegiada e ao seu conteúdo linfóide, rico em células de defesa, como os linfócitos. Se as amígdalas inflamam com frequência, deixam de conferir efeito protetor e se transformam em um verdadeiro “receptáculo” de micro-organismos. Quando removida, a função protetora se transfere para outras estruturas linfoides”.
Fonte: SBED. Imagem: Divulgação.
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