Notícia
Alternativa à cirurgia bariátrica, gastroplastia endoscópica é segura e tem resultados duradouros
Procedimento, menos invasivo, gerou perda de peso sustentada para 87,5% dos pacientes, segundo estudo da Faculdade de Medicina da UFMG
Divulgação, UFMG
Fonte
UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais
Data
segunda-feira, 22 agosto 2022 15:40
Áreas
Cirurgia. Gastroenterologia. Medicina. Metabolismo. Saúde Pública.
A gastroplastia endoscópica tem eficácia de 87,5% para perda de peso sustentada, de acordo com estudo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A técnica diminui o volume do estômago por meio de suturas internas, realizadas via endoscopia. O procedimento, não cirúrgico e menos invasivo do que a cirurgia bariátrica, é indicado para pacientes com índice de massa corporal (IMC) maior que 30kg/m².
A pesquisa foi desenvolvida durante o doutorado do cirurgião geral e endoscopista Bruno Sander, no Programa de Pós-graduação em Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia da UFMG. Cento e oitenta e nove pacientes submetidos à gastroplastia endoscópica foram acompanhados no intervalo de 12 a 48 meses após o procedimento, a fim de verificar a eficácia e a segurança da intervenção e a durabilidade de seus efeitos.
“Se comparada à cirurgia bariátrica, método mais comumente utilizado para perda de peso, a gastroplastia tem a vantagem de não trazer deficiências para a absorção de nutrientes”, destacou Bruno Sander. Os pacientes submetidos à técnica recebem alta no mesmo dia e podem retomar suas atividades cotidianas em menos de uma semana.
Os participantes do estudo registraram perda de peso sustentada, que permaneceu ao longo dos quatro anos analisados, superior a 20% do peso corporal inicial. De acordo com Bruno Sander, os demais procedimentos endoscópicos disponíveis no Brasil, como o balão intragástrico, geralmente decorrem em ganho de peso após 12 meses.
Menos complicações
As complicações atreladas à gastroplastia são mínimas. “Como em todo procedimento realizado sob anestesia geral, existem riscos anestésicos e do procedimento em si. Porém, os riscos são muito baixos, e não foi relatada nenhuma complicação entre os 189 pacientes analisados”, esclareceu o especialista.
É fundamental, de acordo com Bruno Sander, o acompanhamento do paciente por nutricionista e psicólogo. A equipe multidisciplinar favorece a mudança dos hábitos alimentares e, quando é o caso, trabalha para diminuir a compulsão alimentar.
Os pacientes também foram submetidos a endoscopias de controle para verificar a permanência da tubulização do estômago. Os resultados mostraram que a manutenção das suturas está diretamente relacionada ao acompanhamento nutricional, que favorece uma alimentação balanceada e evita o excesso de pressão dentro do estômago.
Bruno Sander considera essencial para a otimização da saúde pública a incorporação da gastroplastia endoscópica aos procedimentos credenciados pelo SUS. “Seria um grande benefício à população em geral, já que as pessoas teriam acesso a um tratamento pouco invasivo, com grande percentual de sucesso e alto índice de segurança no controle do peso”, conclui o autor.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Minas Gerais.
Fonte: Madu Mendonça, Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG. Imagem: ‘Overstitch’, equipamento usado no procedimento. Fonte: Divulgação, UFMG.
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