Notícia
Alterações oculares na infância: teste identifica e previne
Triagem de recém-nascidos auxilia na prevenção contra a cegueira
Reprodução
Fonte
Sociedade Brasileira de Pediatria e Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Data
sexta-feira, 17 junho 2016 10:20
Áreas
Pediatria. Oftalmologia. Enfermagem.
A perda da capacidade visual que pode culminar com a cegueira ocorre devido a diversos fatores. A etiologia da cegueira em crianças e sua prevalência diferem, ao longo do tempo, e variam amplamente de região para região, sendo alguns dos fatores determinantes o nível de desenvolvimento socioeconômico e a disponibilização de serviços primários de saúde. Em países de baixa renda, a prevalência pode ser em torno de 1,2/1.000 crianças, enquanto em países desenvolvidos a prevalência é de cerca de 0,3/1.000.
A cegueira é um problema de saúde pública, sendo que a prevenção é o melhor caminho para assegurar a visão e a consequente qualidade de vida das crianças. Aproximadamente 50% das causas de cegueira infantil no Brasil poderiam ser prevenidas, como a rubéola e a toxoplasmose, ou tratáveis, como a retinopatia da prematuridade, a catarata, o glaucoma e o retinoblastoma. Além disso, muitas condições associadas à cegueira na infância são causas de mortalidade infantil, como o sarampo, a hipovitaminose A, a rubéola congênita e a prematuridade.
O teste do reflexo vermelho (TRV), também conhecido como teste do “olhinho”, é uma forma de avaliação visual em recém-nascidos, que permite a identificação precoce de leucocorias (pupila fica branca ao invés de preta), presente frequentemente na catarata congênita, retinoblastoma e retinopatia da prematuridade. É um exame baseado na percepção do reflexo vermelho que aparece ao ser incidido um feixe de luz sob a superfície retiniana. É necessário que o eixo óptico esteja livre, ou seja, sem nenhum obstáculo à entrada e à saída de luz pelo orifício pupilar para que este reflexo possa ser observado. Trata-se de um importante teste de triagem, indicado para crianças em qualquer idade, podendo ser realizado ainda no berçário antes da alta hospitalar, pelo médico neonatologista ou enfermeira treinada em saúde ocular. O “teste do olhinho” é rápido, simples e realizado com o auxílio de um oftalmoscópio direto, preferencialmente com o ambiente em penumbra.
O objetivo do TRV não é a visualização das estruturas da retina (vasos, disco óptico e mácula), o que é feito pela fundoscopia, mas sim avaliar a qualidade dos meios transparentes do olho (córnea, cristalino e vítreo). Quando se identificam opacificações nesses meios transparentes, o reflexo apresenta mudança em sua cor conhecido como “reflexo do olho de gato”, o que justifica o encaminhamento para o profissional oftalmologista, o que se configura como uma ação importante do enfermeiro como agente ativo no processo de prevenção e tratamento das alterações visuais na população pediátrica. O resultado deste teste pode ser considerado negativo ou normal, quando os reflexos em ambos os olhos forem equivalentes na cor, intensidade e clareza e não existirem opacidades ou pontos brancos em alguma área, em um ou em ambos os reflexos observados. O resultado positivo ou anormal caracteriza-se de maneira oposta ao que foi mencionado acima. A realização do teste já constitui rotina obrigatória em algumas localidades dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), através do Departamento Científico de Oncohematologia, possui um documento explicativo sobre o teste e o retinoblastoma.
Acesse o documento da SBP.
A Profa. Dra. Maria Vera Lúcia Moreira Leitão Cardoso, do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC), publicou um artigo cientifico sobre a importância do TRV em recém-nascidos.
Acesse o artigo científico.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia possui um vídeo explicativo sobre o teste do “olhinho”:
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Imagem: Reprodução.
Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar