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Alta produção de insulina pode contribuir para o câncer de pâncreas

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Fonte

Universidade da Colúmbia Britânica

Data

terça-feira, 13 agosto 2019 10:45

Áreas

Medicina. Endocrinologia. Oncologia.

Cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá,  demonstraram pela primeira vez uma ligação causal entre altos níveis de insulina e o câncer pancreático.

Em um estudo publicado na revista científica Cell Metabolism, os pesquisadores reduziram os níveis de insulina em camundongos predispostos ao desenvolvimento de câncer de pâncreas e descobriram que esses níveis mais baixos protegiam os camundongos contra o desenvolvimento da doença. Os resultados são promissores para a detecção precoce e prevenção do câncer de pâncreas em humanos.

“O câncer de pâncreas pode ser difícil de detectar e é frequentemente diagnosticado tardiamente, tornando-se um dos tipos de câncer mais letais”, disse o Dr. James Johnson, co-autor do estudo, professor e membro do Grupo de Pesquisa em Diabetes do Centro de Ciências da Vida da Universidade da Colúmbia Britânica. “A taxa de sobrevivência de cinco anos é inferior a 5% e a incidência da doença está aumentando junto com a obesidade.”

A hiperinsulinemia, uma condição na qual o corpo produz mais insulina do que precisa para controlar os níveis de açúcar no sangue, é cada vez mais comum, encontrada em mais de um terço dos adultos obesos, e pode ser modulada por fatores relacionados à dieta e ao estilo de vida.

“A ligação com a hiperinsulinemia foi realmente encontrada em vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, mas o câncer de pâncreas tem o elo mais forte”, afirmou a Dra. Janel Kopp,  professora do Departamento de Ciências Celulares e Fisiológicas da universidade e também um dos autores do estudo. “Nosso experimento é o primeiro a testar diretamente essa hipótese”, afirma a pesquisadora.

Para o estudo, a autora e estudante de doutorado Anni Zhang cruzou uma linhagem de camundongos que é geneticamente incapaz de desenvolver um aumento na insulina com uma linhagem de camundongos predispostos a desenvolver câncer pancreático. Estes e os animais controle foram alimentados por um ano com uma dieta para aumentar os níveis de insulina e promover o câncer de pâncreas. No final do estudo de um ano, os animais com níveis de insulina levemente reduzidos mostraram-se protegidos do câncer pancreático.

“Não importa se você olha para todo o pâncreas, lesões ou tumores, menos insulina significa redução do início do câncer no pâncreas”, disse o professor James Johnson. “Não vemos uma razão pela qual isso não seria generalizável para outros tipos de câncer”, acrescentou a Dra. Janel Kopp, observando que eles usaram a mesma mutação que 90% dos cânceres de pâncreas em humanos. “Nossos modelos de animais são extremamente relevantes para as pessoas.”

Além de examinar a relação entre os níveis de insulina e outros tipos de câncer, os cientistas gostariam de investigar se a diminuição do excesso de insulina produzida pelo organismo poderia influenciar positivamente os estágios posteriores do câncer de pâncreas. Os cientistas planejam trabalhar em parceria para realizar testes clínicos em humanos.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade da Colúmbia Britânica (em inglês).

Fonte: Thandi Fletcher, Universidade da Colúmbia Britânica. Imagem: Divulgação.

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