Notícia
Álcool na gravidez: saiba mais sobre a Síndrome Alcoólica Fetal
Qualquer quantidade de álcool durante qualquer momento da gravidez pode originar uma doença que não tem cura
Divulgação, SBP
Fonte
SBP, SPSP e Revista Pediatrics
Data
sexta-feira, 27 novembro 2015 19:30
Áreas
Ginecologia e Obstetrícia. Pediatria.
Quando, durante a gravidez, a mulher ingere qualquer dose de álcool, ela acaba compartilhando uma parte do álcool ingerido com o feto em desenvolvimento. Isto pode vir a afetar decisivamente a saúde do filho por toda a vida, através da chamada Síndrome Alcoólica Fetal (SAF).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a SAF apresenta diversas manifestações, desde malformações congênitas faciais (dismorfias), cardíacas, renais e neurológicas, a alterações comportamentais. No mundo, a cada mil nascidos vivos, de um a três nascem com SAF.
No decorrer do desenvolvimento, os pacientes com a Síndrome podem apresentar retardo mental, problemas motores, de aprendizagem, memória, transtorno do déficit de atenção, entre outros. Adolescentes e adultos demonstram problemas de saúde mental em 95% dos casos, como pendências com a lei e comportamento sexual inadequado.
A SAF acomete uma criança de forma completa ou incompleta. Quando completa, o recém-nascido tem sinais faciais, como pálpebras pequenas, lábio superior muito fino, nariz com base achatada, entre outros, além dos problemas mentais e psíquicos. Quando de forma incompleta, as características faciais não existem, mas há sequelas como retardo mental, problemas de aprendizagem e outras alterações.
Diagnóstico e tratamento
Ainda de acordo com a Dra. Conceição Aparecida de Mattos Segre, coordenadora do Grupo de Estudos sobre os Efeitos do Álcool na Gravidez, no Feto e no Recém-nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o diagnóstico é dado, na maioria dos casos, somente depois do nascimento. “O pior é que para cada criança que tem a SAF completa, pelo menos dez tem a incompleta, ou seja, não tem os sinais faciais, mas tem os problemas, que só aparecem anos mais tarde, quando ela vai para a escola”, salienta.
Vale lembrar que os efeitos do álcool ocasionados pela ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação não têm cura. Porém, o diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento multidisciplinar ainda na primeira infância podem abrandar suas manifestações. Isso não significa que todos os bebês expostos serão afetados, mas a probabilidade é alta.
Estudo recente
Um estudo publicado na edição de novembro de 2015 da revista científica “Pediatrics”, da Academia Americana de Pediatria (AAP), reforça a importância do consumo zero de álcool durante a gravidez. A Dra. Janet F. Williams, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, Estados Unidos, e colegas da AAP, publicaram novos resultados em que reiteram a gravidade da Síndrome e de suas manifestações
Os pesquisadores reafirmam que não há limite seguro para o consumo de álcool em qualquer momento ao longo de toda a gravidez. Ainda, o estudo aponta a SAF como a principal causa prevenível de transtornos intelectuais e limitações no desenvolvimento neurológico infantil.
Em termos de resultados, os pesquisadores realçam que a SAF é apenas uma das doenças relacionadas ao consumo de álcool durante a gravidez, havendo outras terminologias que indicam alterações diversas, como a ARBD (defeito ao nascimento ocasionado pelo álcool) e a ARND (desordem do desenvolvimento neurológico devida ao álcool), por exemplo. Os pesquisadores também destacam que qualquer tipo de bebida alcoólica, como cerveja, vinho ou mesmo licor, levaria a riscos similares.
Campanha “Gravidez sem Álcool”
Para disseminar e enfatizar a importância de não ingerir nenhuma quantidade de álcool durante a gravidez, a Sociedade de Pediatria de São Paulo tem destacado, a partir de maio de 2015, a campanha “Gravidez sem Álcool”. Assista ao Vídeo da Campanha:
Fonte: SBP, SPSP e Revista Pediatrics Imagem: Divulgação, SBP.
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