Notícia
Ação inovadora no tratamento da doença de Alzheimer usa tecnologia de ultrassom
Pesquisadores australianos descobriram que ultrassom pode restaurar memória de pacientes com doença de Alzheimer
Fonte
The University of Queensland, Austrália
Data
terça-feira, 17 março 2015 16:45
Áreas
Neurologia.
Pesquisadores da Universidade de Queensland (UQ), na Austrália, descobriram que uma abordagem inovadora, sem o uso de drogas, rompe as placas amilóides neurotóxicas que resultam em perda de memória e declínio cognitivo em pacientes com a doença de Alzheimer.
Congratulando-se com os resultados alcançados pelo Instituto do Cérebro da UQ, a Premier de Queensland Annastacia Palaszczuk disse que eles podem ter um grande impacto para a comunidade: “O investimento de 9 milhões de dólares do Governo nestes estudos era para alcançar descobertas clínicas, e este anúncio indica que, em conjunto com o Instituto do Cérebro de Queensland, foi um investimento que valeu a pena”.
Os estudos científicos foram desenvolvidos no Clem Jones Centre for Aging Dementia Research do Instituto do Cérebro da universidade australiana e contaram, além do financiamento do Govermo, com investimentos da Clem Jones Foundation. “O investimento de parceiros governamentais e da instituição filantrópica nos permitiu construir a excelência em pesquisa e capacidade necessária para fazer grandes descobertas como esta”, disse o Prof. Dr. Perry Bartlett, diretor do Instituto do Cérebro. “Acredito que o trabalho abre caminhos inteiramente novos para o futuro tratamento terapêutico.”
O diretor do Clem Jones Centre for Aging Dementia Research, Prof. Dr. Jurgen Götz, disse que o novo método de tratamento pode revolucionar o tratamento de Alzheimer, favorecendo a restauração da memória. “Nós estamos extremamente animados por esta inovação tratar a doença de Alzheimer sem o uso terapêutico de drogas”, disse o professor Götz.
“As ondas de ultrassom oscilam com frequência muito alta, ativando células microgliais que digerem e removem as placas amilóides que destroem sinapses cerebrais. A palavra ‘descoberta’ é muitas vezes mal usada, mas, neste caso, eu acho que isso realmente muda fundamentalmente a nossa compreensão de como tratar esta doença, e eu prevejo um grande futuro para essa abordagem.”
“Com o envelhecimento da população colocando um peso cada vez maior no sistema de saúde, um fator importante é o custo, e outros tratamentos potenciais da droga utilizando anticorpos vão ser caros”, disse o Professor Götz. “Por outro lado, este método utiliza ultrassom e a tecnologia de micro-bolhas, procedimento que é não-invasivo, relativamente barato e parece altamente eficaz”.
A abordagem é capaz de abrir temporariamente a barreira hematoencefálica, ativando mecanismos que limpam aglomerados de proteínas tóxicas e restauram as funções de memória. “A abertura da barreira hematoencefálica é apenas temporária por algumas horas, repondo-se rapidamente o seu papel protetor”, disse o Professor Götz.
A investigação foi conduzida utilizando camundongos com modelo de Alzheimer, e a próxima etapa que é a escala da pesquisa em modelos animais superiores para depois serem conduzidos os ensaios clínicos em humanos. Estima-se pelo menos mais dois anos até esta fase da pesquisa.
“Este tratamento restaurou a função de memória para o mesmo nível de camundongos saudáveis e normais,” disse o professor Götz.
“Também estamos trabalhando em ver se este método limpa agregados de proteínas tóxicas em outras doenças neurodegenerativas e se também restaura funções executivas, incluindo a tomada de decisão e o controle motor”.
Os resultados desta pesquisa estão relatados no artigo científico “Scanning ultrasound efficiently removes amyloid-β and restores memory in an Alzheimer’s model “, publicado na revista Science Translational Medicine, vol. 7, n.278, de 11 de março de 2015.
Fonte: The University of Queensland, Austrália
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