Notícia
Ablação híbrida: uma cirurgia em equipe com melhores resultados para a fibrilação atrial persistente
Com a ablação híbrida, maioria dos pacientes com fibrilação atrial persistente não apresenta mais sintomas após um ano da cirurgia
Divulgação, Universidade Maastricht
Fonte
Universidade Maastricht
Data
quarta-feira, 22 fevereiro 2023 12:00
Áreas
Cardiologia. Cirurgia. Cirurgia Cardíaca. Medicina.
O tratamento de ablação híbrida desenvolvido no Centro Médico Universitário da Universidade Maastricht (Maastricht UMC+), nos Países Baixos, leva a melhores resultados em relação à fibrilação atrial persistente do que o tratamento padrão, a ablação por cateter. Cerca de duas vezes mais pacientes não apresentam mais sintomas após um ano. Além disso, a qualidade de vida após um ano é a mesma para ambos os tratamentos, apesar de a ablação híbrida ser um procedimento mais pesado e exigir mais tempo de recuperação.
A equipe de pesquisa, liderada pelo cirurgião cardíaco Dr. Bart Maesen e pelo cardiologista Dr. Justin Luermans, médicos do Heart+Vascular Center do Maastricht UMC+ (MUMC+), publicou recentemente os resultados na revista científica JACC: Clinical Electrophysiology.
Fibrilação atrial
Um paciente com fibrilação atrial tem um batimento cardíaco irregular e muitas vezes acelerado. Isso é causado por impulsos elétricos que ocorrem em vários locais nos átrios, enquanto normalmente ocorrem apenas em um local específico, o nodo sinusal. Como resultado, muitos estímulos também viajam para os ventrículos, fazendo com que eles se contraiam rápida e irregularmente. Os pacientes não são todos afetados igualmente, mas os sintomas comuns incluem palpitações, sudorese, tontura, falta de ar e fadiga. Alguns pacientes se sentem muito limitados em suas vidas diárias.
Tratamento
O cardiologista pode prescrever medicamentos para controlar a fibrilação atrial. Dependendo do sucesso da medicação e da gravidade das arritmias, a ablação também pode ser escolhida. Na ablação, o médico queima vários pontos no tecido cardíaco para bloquear os estímulos elétricos desnecessários. Isso pode ser feito de várias maneiras: o cardiologista pode aplicar os pontos de ablação através da virilha até o interior dos átrios do coração, como na ablação por cateter. Como alternativa, um cirurgião cardíaco pode aplicar os pontos de ablação na parte externa dos átrios por meio de cirurgia guiada. A desvantagem é que, às vezes, isso precisa ser feito várias vezes porque, em um paciente com fibrilação atrial de longa duração, o efeito da ablação por cateter costuma ser limitado. Além disso, a cirurgia guiada não permite uma boa verificação de que os estímulos estão devidamente bloqueados.
Ablação híbrida
Em 2010, cardiologistas e cirurgiões cardíacos do MUMC+ desenvolveram um método para realizar as duas formas de ablação em uma única operação: a ablação híbrida (AH). Isso exigiu uma nova forma de trabalhar, com equipes de duas especialidades realizando uma operação em conjunto. Desde então, a ablação híbrida foi adotada por vários centros ao redor do mundo, mas o MUMC+ é o único hospital holandês onde a AH é realizada pelas duas equipes em uma operação. É uma cirurgia de grande porte, exigindo internação de 5 ou 6 dias e seis meses de reabilitação. Isso contrasta com a ablação por cateter, para a qual os pacientes geralmente são hospitalizados por dois dias. Portanto, foi necessário investigar se o procedimento leva a melhores resultados e qualidade de vida.
Qualidade de vida
Os pesquisadores acompanharam 43 pacientes recebendo tratamento para fibrilação atrial persistente. Com base em sorteio, alguns (19) receberam a AH, o restante recebeu ablação por cateter (AC). Após um ano, 89% do grupo AH não apresentava mais sintomas sem o uso de medicamentos, em comparação com 41% no grupo AC. Além disso, a qualidade de vida de ambos os grupos de pacientes foi semelhante após um ano. Assim, verifica-se que o investimento na cirurgia mais pesada proporciona um melhor resultado e a mesma qualidade de vida.
Opção válida
O cirurgião cardíaco Dr. Bart Maesen forma a equipe Maastricht HA junto com o colega Dr. Elham Bidar e os cardiologistas Dr. Justin Luermans e Dra. Marisevi Chaldoupi. Juntos, eles realizam as operações e fazem a pesquisa.
“Estamos felizes em ver que a ablação híbrida leva a bons resultados. Não é nossa intenção que todo paciente com fibrilação atrial receba a ablação híbrida, mas achamos importante que o tratamento seja discutido como uma opção séria. Então o paciente pode fazer sua própria escolha: uma cirurgia mais séria com maior taxa de sucesso ou um tratamento menos invasivo que pode ser menos bem-sucedido e, portanto, precisa ser realizado com mais frequência. Esperamos que a ablação híbrida também tenha um papel nas novas diretrizes para fibrilação atrial persistente”, concluiu o Dr. Bart Maesen.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Maastricht (em inglês).
Fonte: Universidade Maastricht. Imagem: Dr. Bart Maesen, Dra. Marisevi Chaldoupi, Dr. Justin Luermans e Dr. Elham Bidar. Fonte: Divulgação, Universidade Maastricht.
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