Notícia
A pimenta e seus efeitos sobre a saúde
Prevenção de tumores, aumento da libido e da longevidade, redução de peso e combate ao Alzheimer são alguns dos benefícios
Pixabay
Fonte
Tech4Health
Data
domingo, 4 setembro 2016 16:20
Áreas
Alimentação e Nutrição. Metabolismo. Bioquímica. Fitoterapia. Oncologia. Gastroenterologia.
Pimenta é o nome genérico dado a uma série de vegetais originários do continente Americano, com sabor picante e utilizados para modificar e realçar o sabor dos alimentos. A característica do sabor picante dos vários tipos de pimentas é devida à presença de um alcaloide chamado capsaicina, geralmente localizado em suas fibras internas.
Segundo o Instituto de Pesquisas Evolutivas, as principais pimentas cultivadas no Brasil são:
- Pimenta Jalapeño: pequena, verde ou vermelha, de sabor picante quando madura,é amplamente utilizada na culinária mexicana. Esta pimenta é muito popular não só pelo seu sabor, mas também pela facilidade com que suas sementes são removidas, além de muito aromática.
- Pimenta-malagueta: vermelha ou verde, é altamente picante, de origem brasileira, uma das mais populares no Brasil, mede de 2 a 3 cm de comprimento.
- Pimenta Bode: vermelha ou amarela, indicada para caldos e molhos, especialmente os que acompanham peixes.
- Pimenta Dedo de Moça: mais suave que a malagueta e ligeiramente mais picante que a jalapeño. É a mais consumida no Brasil e fica deliciosa em doces cremosos e molhos, por seu aroma suave.
- Pimenta Biquinho: vermelha, ideal para dar um gostinho especial em molhos usados em carnes e massas leves.
- Pimenta Cambuci adocicada: verde, tem formato de sino e conserva melhor o frescor se acrescentada ao final do preparo dos pratos.
- Pimenta Comari: vermelha, verde ou amarela, com aroma pouco pronunciado, combina com molhos cozidos para carnes brancas.
Popularmente, as pessoas associam vários efeitos negativos ao uso das pimentas, como hipertensão, gastrite, úlceras e hemorroidas. Porém, estudos recentes mostram que o consumo de pimenta pode ser muito saudável e trazer vários benefícios à saúde.
Pimenta pode reduzir o número de tumores
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego publicaram, em 2014, um estudo na revista científica The Journal of Clinical Investigation onde relatam que a capsaicina pode ativar receptores de células no revestimento intestinal, o que pode reduzir o risco de desenvolver tumores. Os testes realizados em camundongos mostraram resultados positivos na prevenção da ocorrência de tumores.
Outro estudo publicado pelo Instituto Americano de Pesquisa do Câncer (American Institute for Cancer Research) descobriu que aproximadamente 80% das células de câncer de próstata em ratos foram mortos pela ação da capsaicina. De fato, os tumores diminuíram para cerca de um quinto do tamanho de tumores não tratados com a capsaicina.
Pimenta pode aumentar a libido
Pesquisa publicada na revista Food Research International indica que combinações de alimentos naturais, entre eles a pimenta, pode potencializar o desejo e o desempenho sexual. Apesar de não explicar os mecanismos de atuação, nem as doses necessárias, o estudo indica que pode haver ganho no interesse sexual em humanos.
Pimenta pode ajudar na redução de peso
Alimentos picantes aumentam a saciedade, produzindo um sinal para a pessoa comer menos. Além disso, a pimenta pode ter ação efetiva na queima de gorduras e aumento do metabolismo, o que também contribui para a redução do peso. Parte do benefício pode ser devido ao potencial termogênico da capsaicina, com impactos benéficos sobre o aumento do gasto energético (até 5%) e potencial de oxidação das gorduras (até 16%), conforme estudo publicado na revista International Journal of Obesity.
Pimenta aumenta a longevidade
Pesquisa realizada recentemente na China e publicada na revista BMJ por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências Médicas sugere que o consumo frequente de comida apimentada – especialmente a temperada com pimenta malagueta fresca – pode aumentar a longevidade. Pesquisadores examinaram a dieta de quase 500 mil pessoas na China durante sete anos e observaram que os que consumiam comida picante uma ou duas vezes por semana tinham uma redução de 10% no risco de morte na comparação com os que consumiam este tipo de refeição menos de uma vez por semana.
Segundo a publicação, ainda são necessárias mais pesquisas para comprovar o efeito protetor da pimenta, mas os resultados parciais são animadores e sugerem que aumentar o consumo (de pimenta) moderadamente, para uma a duas ou três vezes por semana, mostra um efeito protetor.
Pimenta pode auxiliar na prevenção do Alzheimer
Pesquisa do programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), em Piracicaba, investigou a composição fitoquímica, potencial antioxidante e a atividade anticolinesterásica em pimentas do reino e pimenta rosa. O trabalho da pesquisadora Fúvia de Oliveira Biazotto aponta que as pimentas podem atuar como aliados no combate à progressão da doença de Alzheimer por comportarem em sua composição fitoquímicos com possível ação inibidora da acetilcolinesterase, que degrada a acetilcolina, neurotransmissor envolvido na retenção de memória e aprendizagem.
Neste estudo, os pesquisadores destacam que as pimentas branca, verde e preta são os principais tipos de pimenta do reino existentes nos supermercados. Todos esses grãos de pimenta são procedentes da espécie Piper nigrum, porém distintos segundo período de colheita e processamento empregado. Anatomicamente, a pimenta rosa é muito semelhante às pimentas do reino. Outras características como sabor pungente, o uso comum na culinária e a comercialização a granel sob a forma desidratada também reforçam essa similaridade. Apesar de ser muitas vezes confundida como mais um tipo de pimenta do reino, a pimenta rosa é fruto de uma Anacardiaceae, Schinus terebinthifolius. (acesse a reportagem completa na Agência USP de Notícias).
A pimenta pode potencializar problemas gastrointestinais
Porém, além destas e de outras ações positivas da pimenta, alimentos picantes podem agravar alguns problemas gastrointestinais. Em particular, a capsaicina pode aumentar a dor abdominal e queimação em pessoas com indigestão ou Síndrome do Intestino Irritável, de acordo com estudo publicado em 2010 na revista Journal of Neurogastroenterology and Motility.
Entretanto, os pesquisadores não relataram que alimentos condimentados possam piorar a azia em pessoas com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Muitas pessoas com DRGE culpam os alimentos picantes pela azia, mas não há nenhuma evidência científica que a abstenção destes alimentos reduz os sintomas.
Finalmente, as pessoas devem estar atentas à alergia alimentar à pimenta, o que pode causar reações alérgicas graves.
Fonte: Tech4Health. Imagem: Pixabay.
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