Notícia
Fisioterapeuta desenvolve nova versão de dispositivo usado para desobstrução pulmonar
Dispositivo foi aprimorado no Hospital Universitário de Santa Maria
A dissertação de mestrado em Engenharia de Produção da professora fisioterapeuta Dra. Marisa Bastos Pereira, defendida em 2002, resultou na criação de um protótipo – na época feito em tubos de PVC – de um dispositivo usado para desobstrução brônquica dos pulmões. No início desse ano, 16 anos depois da primeira versão do produto, uma parceria deu vida a um equipamento Made In HUSM (Hospital Universitário de Santa Maria) usado na fisioterapia respiratória de pacientes internados no hospital.
O trabalho conjunto com o acadêmico da engenharia acústica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), João Prior, – que configurou todos os desenhos para a impressora – e a Unidade E-Saúde, do Hospital Universitário, onde Marisa é chefe da Unidade de Reabilitação, conseguiu criar um oscilador oral por apenas R$ 10. O equipamento original era importado da suíça e tem valor de mercado vinte vezes maior do que o feito no hospital universitário. Atualmente, existe um modelo brasileiro que foi lançado no mercado em 2002 que custa aproximadamente R$ 50.
O equipamento – em formato de “cachimbo” com uma esfera de metal que se eleva quando o paciente expira – foi produzido com o uso da impressora 3D da Unidade E-Saúde. As peças foram impressas no material PLA (derivado da mandioca) e por isso, é atóxico e biodegradável, não prejudicando o paciente nem o meio-ambiente.
“Cada vez que o paciente expira, a bolinha metálica levanta e faz uma vibração retrógrada. Os cílios dentro do pulmão entram em ressonância e auxiliam na expulsão mais efetiva das secreções brônquicas” explica a fisioterapeuta. Tanto o produto que serviu de inspiração quanto o que foi desenvolvido no Hospital Universitário são usados no tratamento de pacientes com acúmulo de secreção brônquica, em casos de doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, pneumonias e fibrose cística, entre outras. Para usar o equipamento, a pessoa precisa estar sentada e segurá-lo com uma das mãos. Em seguida, deve conduzi-lo a boca e expirar até que a esfera de metal se movimente. Cada sessão dura em torno de 40 minutos.
Os primeiros testes foram feitos entre os membros da própria equipe que criou o equipamento. Para que ele seja incorporado à rotina hospitalar, ainda é preciso realizar novos testes e submetê-lo ao Núcleo de Avaliação de Tecnologia em Saúde (NATS). “A diferença desse equipamento (feito no HUSM) para o outro (importado) é o volume interno que é maior e a angulação que também aumentou. Com isso, conseguimos uma vibração mais efetiva. Isso facilita o deslocamento das secreções para serem expelidas através da tosse do paciente”, afirma Marisa.
O desenvolvimento do produto, no mestrado, foi orientado pelo Prof. Dr. Alexandre Dias da Silva, da UFSM. Já a impressão das peças na impressora 3D foi feita pelo professor do Curso de Odontologia da UFSM e chefe da Unidade E-Saúde do HUSM, Dr. Gustavo Dotto.
Acesse a notícia na página do HUSM/EBSERH.
Fonte: HUSM/EBSERH. Imagem: Divulgação, HUSM/EBSERH.
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