
vegnews.com
Fonte
EurekAlert.org
Data
3 dezembro 2014
Em um novo estudo publicado no jornal online eLife, cientistas da Universidade de Michigan Medical School’s Kresge Hearing Research Institute e da Universidade Harvard restauraram a audição de camundongos, com lesão das células ciliadas da cóclea (o que caracteriza a surdez do tipo neurossensorial), usando ferramentas avançadas para impulsionar a produção de uma proteína-chave nos ouvidos dos roedores.
Ao demonstrar a importância da proteína, chamada NT3, na manutenção da comunicação entre os ouvidos e o cérebro, essas novas descobertas abrem caminho para a pesquisa em seres humanos, com potencial para melhorar o tratamento da perda auditiva causada pela exposição ao ruído e envelhecimento normal da audição.
Os pesquisadores demonstraram que a NT3 é crucial para a capacidade do corpo de formar e manter conexões entre as células ciliadas e as células nervosas. Este tipo especial de conexão, chamado de sinapse fita, permite a comunicação extra-rápida de sinais que viajam para trás e para frente através de pequenas lacunas entre os dois tipos de células.
“Tornou-se evidente que a perda auditiva devido às sinapses fita danificadas é um problema muito comum e desafiador”, diz Gabriel Corfas, Ph.D. que liderou a equipe de pesquisa e dirige o instituto. “Começamos esse trabalho há 15 anos para responder a perguntas muito básicas sobre o ouvido interno, e agora temos sido capazes de restaurar a audição em casos de surdez parcial, um problema comum para as pessoas. É muito emocionante”, comenta.
Usando uma técnica genética especial, os pesquisadores conseguiram fazer alguns camundongos produzirem NT3 em células de áreas específicas do ouvido interno, depois que eles foram expostos ao ruído alto o suficiente para reduzir a audição. Agora, diz Corfas, sua equipe vai explorar o papel da NT3 em ouvidos humanos, e buscar drogas que possam aumentar a ação ou a produção da proteína.
Corfas observa que os camundongos no estudo não eram completamente surdos, por isso ainda não sabe se poderá impulsionar a atividade da proteína NT3 em casos em que a audição foi totalmente perdida. Ele também observa que a pesquisa pode ter implicações para outras doenças em que as conexões das células nervosas são perdidas – as chamadas doenças neurodegenerativas.
* Notícia traduzida e adaptada do site EurekAlert.org.
* Crédito da imagem: vegnews.com.
Por Ana Raquel Périco Mangili.