Notícia
Rendimento da atividade física e o lactato sanguíneo
Estudo de pesquisadores da UFMT destacam o uso do teste do lactato mínimo em modelos animais
Pixabay
Fonte
UFMT
Data
quarta-feira, 14 junho 2017 17:05
Áreas
Educação Física. Estudos Clínicos. Metabologia. Fisiologia.
Resultados obtidos em modelos animais, que podem ser utilizados como base para a aplicação em seres humanos, auxiliam o desenvolvimento de atividades na área do rendimento físico e, consequentemente, na promoção da saúde. Essa relação, a partir do resultado obtido com o teste do lactato mínimo, sofreu uma revisão publicada na revista científica “Frontier in Physiology – Exercise Physiology“. O trabalho, intitulado “The Lactate Minimum Test: Concept, Methodological Aspects and Insights for Future Investigations in Human and Animal Models“, teve como sustentação pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Segundo o professor da UFMT, Dr. Fabrício Voltarelli, a revisão publicada destacou a importância da realização de testes físicos que usam o lactato sanguíneo como marcador de desempenho. “O interessante é que tais testes foram primeiramente realizados com seres humanos e, posteriormente, adaptados para modelos animais, especialmente ratos e camundongos, com sucesso”, afirma o docente, acrescentando que o teste do lactato mínimo determina tanto carga como concentração de lactato mínimos, utilizados como parâmetros para a prescrição de treinamento para os animais, seja na esteira rolante ou na natação.
O professor explica que o lactato sanguíneo é um subproduto da glicose, quebrada em moléculas menores. “O lactato é um deles, vai de dentro da célula muscular para o sangue e é o causador, por exemplo, daquela ‘ardência’ que sentimos quando fazemos exercícios extenuantes, pois ele nada mais é que um ácido” observa. Ainda segundo o professor Fabrício Voltarelli, ele é usado como parâmetro pois suas concentrações na corrente sanguínea se elevam de forma desproporcional e a continuidade do exercício se torna mais difícil, causando fadiga. “Se esse aumento ocorrer na velocidade de 10km/h em uma esteira, por exemplo, usamos essa velocidade como sendo a ótima para treinar a pessoa, para que ela sempre melhore seu condicionamento. Sem esse teste a carga de treino pode ser sub ou superestimada”, exemplifica.
O pesquisador ainda observa que o teste do lactato mínimo permitiu uma transferência de resultados obtidos tanto nos seres humanos quanto em modelos animais, com uma certa fidedignidade. “Ao se conhecer a intensidade de exercício que o animal realizada, minimiza-se as interpretações errôneas acerca da transferência do que se acontece no organismo dos animais se comparado aos humanos”, aponta. “Partindo desse princípio, abre-se, como já vem ocorrendo no mundo da pesquisa científica, possibilidades de estudos com animais submetidos ao exercício físico em intensidade conhecida em outros modelos, por exemplo, patológicos. Posso desenhar experimentos com animais diabéticos, obesos, desnutridos, com câncer ou em outras condições e submetê-los ao exercício em uma intensidade que não os prejudicará ainda mais, pois a própria doença já faz isso, ao passo que é sabido que um exercício mal prescrito pode piorar a condição de diversas doenças”, finaliza.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Fonte: UFMT. Imagem: Pixabay.
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