Notícia

Acalásia: disfunções no esôfago podem trazer vários incômodos

É recomendado comer devagar e mastigar bem os alimentos

Wikimedia Commons

Fonte

Federação Brasileira de Gastroenterologia

Data

sábado, 13 maio 2017 17:00

Áreas

Medicina. Gastroenterologia.

O esôfago é um tubo muscular de aproximadamente 25 centímetros de comprimento, responsável pelo transporte do alimento da cavidade oral ao estômago e que possui dois músculos que agem como válvulas, um no início do tubo, outro no final. Esses músculos são chamados de esfíncter esofágico superior e inferior, responsáveis pelo controle da passagem do alimento. Normalmente, após ingerir o alimento, contrações rítmicas do esôfago empurram a comida em direção ao estômago. O esfíncter esofagiano inferior se localiza na junção do esôfago com o estômago e se encontra fechado até que o alimento chegue até ele. Quando há deglutição, uma onda de contração do corpo do esôfago (peristaltismo) empurra o alimento até o esfíncter esofágico inferior que se abre permitindo que o alimento entre no estômago. Todo esse mecanismo é controlado pelos nervos encontrados na parede do esôfago

Na Acalásia ocorre uma disfunção dos músculos do corpo do esôfago e do esfíncter esofagiano inferior. A causa exata da acalásia não é conhecida. No entanto, existem teorias de que o próprio sistema imunológico seja o responsável por destruir os nervos na parede do esôfago. Como resultado, a deglutição e movimentos de transporte do alimento (peristaltismo) não ocorrem corretamente e o músculo esfíncter esofágico inferior não relaxa adequadamente. A consequência disso é o impedimento da passagem do alimento ao estômago.

Sintomas

Os principais sintomas da acalásia são:

  • Disfagia (dificuldade para engolir) é o principal sintoma
  • Regurgitação, especialmente na posição deitada
  • Desconforto no peito (dor ou queimação)
  • Perda de peso

 

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser efetuado através da história clinica e de exames subsidiários como:

  • Endoscopia Digestiva Alta: esse exame permite ao médico examinar a parede do esôfago, estômago e parte inicial do intestino. Um nstrumento fino e flexível com uma câmera acoplada é passado através da boca, om o paciente levemente sedado. Essa é a melhor forma de detectar lceras, tumores ou infecções na parte superior do tubo digestivo.
  • Manometria Esofágica: esse exame poderá estabelecer a função peristáltica do esôfago e o grau de relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Um fino tubo com sensores de pressão é passado através do nariz chegando até ao esôfago e ao estômago. Pequena quantidade de água é oferecida ao paciente enquanto as contrações dos músculos esofágicos são detectadas pelos sensores e gravadas em um computador. A manometria esofágica é o melhor exame para diagnosticar a acalásia.
  • Esofagrama: esse exame permite avaliar o movimento de um contraste, nesse caso, bário, no estômago e no esôfago por meio de radiografias.

 

Tratamento

Dentre as opções de tratamento, vale ressaltar:

  • Tratamento Clínico: Medicamentos que relaxam o esfíncter esofágico inferior podem ser úteis antes do tratamento definitivo.
  • Tratamento endoscópico:
  1. Botox: injeção de botox no esfíncter esofágico inferior poderá aliviar os sintomas por um período de 6 a 12 meses.
  2. Dilatação pneumática do cárdia: um balão dilatador é colocado, por meio de endoscopia, no esfíncter esofágico inferior e é expandido para romper a musculatura do esfíncter inferior do esôfago. Isto pode dar um alivio de longa duração, porem poderá ser preciso repetir o processo de tempos em tempos. É o tratamento de primeira escolha para pacientes idosos e do sexo feminino.
  • Tratamento cirúrgico

A cirurgia é uma opção de tratamento para acalásia e pode ser indicada para qualquer paciente que tenha condição clínica para ser submetido ao procedimento cirúrgico. Pacientes jovens e do sexo masculino são os que mais se beneficiam com esse procedimento. O músculo do esfíncter esofágico inferior é seccionado para que não mais obstrua a passagem de comida para dentro do estômago. Em casos extremos de acalásia, a retirada do esôfago e a substituição por parte do intestino ou estômago pode ser necessário.

O uso de medicamentos para doença do refluxo gastroesofágico após tratamento endoscópico ou cirúrgico pode ser necessário.

Orientações Gerais

Pacientes com disfagia, antes mesmo de iniciar a investigação complementar, devem tomar os seguintes cuidados: comer devagar, tomando líquidos durante a refeição; mastigar bem o alimento; dar preferência a alimentos que não formam “bucha” ou pastosos; ficar na posição ereta pelo menos uma hora após comer; tomar seus medicamentos com bastante água.

A melhora dos sintomas com o tratamento varia de 70 a 90%, porém trata-se de uma doença crônica, cuja causa não é combatida, requerendo, assim, controle periódico. A recidiva dos sintomas, mesmo a longo prazo, é comum e deve ser sempre reavaliada. Em todos os casos, mesmo com melhora significativa, a endoscopia anual está indicada devido ao risco aumentado de neoplasia de esôfago.

Fonte: Fundação Brasileira de Gastroenterologia. Imagem: Wikimedia Commons.

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