Notícia

Detector de titânio para a cirurgia de câncer de mama

Estudantes de bioengenharia da Universidade Clemson desenvolveram detector portátil para tumorectomia

Divulgação, Universidade Clemson

Fonte

Universidade Clemson

Data

quinta-feira, 4 maio 2017 15:15

Áreas

Cirurgia Oncológica. Engenharia Biomédica. Biomateriais.

Segundo a cirurgiã oncológica Dra. Nancy DeMore, pesquisadora da Universidade Médica da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, um problema recorrente de uma tumorectomia é a invasividade do procedimento: uma solução tecnológica que tornasse o procedimento menos invasivo seria muito bem vinda.

Entrando em contato com o Dr. Delphine Dean, do Laboratório de Bioeletromecânica da Universidade Clemson, a cirurgiã e pesquisadora apresentou o problema: quando uma paciente tem uma mamografia anormal e o radiologista faz uma biópsia para verificar a possibilidade de um câncer suspeito, um clipe de titânio é inserido para marcar a localização do tumor. Se a paciente precisar de uma tumorectomia, volta então para a radiologia onde um fio é inserido no peito até encontrar o clipe de titânio. A paciente vai então para a sala de cirurgia, onde o cirurgião remove o tecido mamário ao redor do fio. Este processo de duas etapas é ineficiente e inconveniente para os pacientes, e às vezes pode ser doloroso.

A questão da Dra. Nancy: seria possível fazer um detector de metal que pudesse detectar o titânio? Se o cirurgião pudesse encontrar a posição do grampo do titânio na sala de cirurgia com o detector de metal, poderia ser eliminada a necessidade do fio, o que tornaria o procedimento menos invasivo.

O Dr. Delphine Dean aceitou o desafio, lançando a ideia aos alunos em suas aulas de bioinstrumentação. A partir daí, os estudantes de bioengenharia passaram longas horas no laboratório para tentar resolver o problema.

Em agosto de 2016, uma patente foi depositada sobre o detector portátil. O protótipo vai passar por ensaios pré-clínicos e potencialmente estará no mercado para uso em dois anos, disse a Dra. Nancy.

Enquanto isso, tanto a ideia quanto o projeto em si estão recebendo elogios e vários prêmios. Recentemente, a Dra. Nancy DeMore ganhou um prêmio da Sociedade Americana de Oncologia Cirúrgica na classe “Inovações em sala cirúrgica”. “Os cirurgiões constantemente têm ideias de como melhorar as técnicas, porque nós somos os que estão fazendo isso todos os dias. Muitas vezes podemos ter as ideias, mas não sabemos como implementá-las”, explica a Dra. Nancy.

Os especialistas puderam sentir a motivação dos alunos quando eles tiveram a oportunidade de trabalhar em um projeto real. “Quando você aprende em uma sala de aula, olhando para os slides e ouvindo palestras, é muito diferente de falar com um médico que usa esses dispositivos”, disse ela.

O Dr. Delphine Dean diz que conhece pacientes que tiveram de passar pelo processo de duas etapas para uma lumpectomia e como isso era assustador para elas. “É gratificante trabalhar em um projeto que melhore essa experiência, diminua os custos e ainda que os estudantes possam se beneficiar do conhecimento clínico. Tem havido muito interesse pelo dispositivo. Foi uma abertura para os alunos. O escritório de transferência de tecnologia da universidade mudou as coisas rapidamente”.

O aluno Scott Slaney, da Universidade Clemson, ressaltou a importância do projeto em seu aprendizado: “Nós aprendemos muito sobre ciência básica por trás desses conceitos, mas ver como todas essas peças se encaixam para fazer um único dispositivo de trabalho é realmente uma experiência importante. Levar um produto desenvolvido a partir de princípios de engenharia ao ambiente médico é um desafio muito motivador”.

“Isso é o que nos impulsiona: poder desenvolver um produto com impacto significativo na clínica, no caso, nos cuidados com pacientes com câncer de mama, economizando tempo, dinheiro, reduzindo tempo de cirurgia e evitando o sofrimento humano desnecessário”, conclui Joey Wilson, outro estudante de bioengenharia na Universidade Clemson.

Fonte: Dawn Brazell, Universidade Clemson. Imagem: Divulgação.

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