Notícia

Robô para reabilitação de vítimas de AVC associa fisioterapia e games

nologia possibilita que o paciente realize entre 750 e 1000 movimentos

Divulgação

Fonte

Fapesp

Data

terça-feira, 11 abril 2017 07:45

Áreas

Engenharia Biomédica. Biomecânica. Serious Games. Reabilitação. Fisioterapia.

Até o fim do ano, as vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) poderão contar com um novo aliado para recuperar os movimentos dos membros superiores: um robô portátil capaz de propiciar uma fisioterapia totalmente personalizada e lúdica, usando videogames. Nos testes preliminares, o protótipo do equipamento foi capaz de produzir melhoras em pacientes crônicos que não obtinham avanço com as terapias tradicionais, alguns deles com mais de duas décadas de lesão cerebral.

O aparelho, desenvolvido pela Vivax Serviços Ltda. com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp), é o primeiro portátil do gênero. E deve chegar ao mercado a um preço entre duas e quatro vezes inferior ao de robôs de mesma função importados e com capacidade para exercitar uma diversidade muito maior de movimentos, segundo os pesquisadores da empresa.

“Os resultados são muito significativos, tanto por se tratar de pacientes que não evoluíam mais como pelo fato de os avanços obtidos permanecerem depois da interrupção do tratamento, o que é incomum nas terapias que usam os outros robôs”, afirma o engenheiro Dr. Antonio Massato Makiyama, responsável pela pesquisa que desenvolveu o robô, batizado de Assistive Reabilitation Machine (ARM), e sócio-proprietário da Vivax.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o AVC é a principal causa de incapacidade no Brasil e a segunda maior responsável por mortes. A cada ano, o país registra mais de 200 mil casos de AVC, metade deles mortais. Entre os sobreviventes, cerca de 50% ficam com alguma sequela. A Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE 2013 registrou no Brasil um total de 2,23 milhões de pessoas que haviam sofrido um AVC e sobrevivido. Dessas, 568 mil apresentavam um grau intenso ou muito intenso de limitações para exercer atividades cotidianas.

Mais grave ainda: embora o AVC seja mais comum em idosos, a sua incidência cresce em pessoas em plena idade produtiva. Segundo o Ministério da Saúde, a cada ano, o país registra em torno de 15 mil casos entre pessoas com idade de 15 a 39 anos. Só em 2014, 8 mil pessoas deixaram de trabalhar por causa de um AVC. Com o aumento da obesidade e o envelhecimento da população, o problema tende a crescer, tornando cada vez mais imperativo o tratamento eficiente das sequelas decorrentes.

O robô da Vivax promete ser um aliado importante nesse processo. Enquanto uma fisioterapia convencional permite fazer cerca de 100 movimentos por sessão, a tecnologia do ARM possibilita cerca de 750 a 1.000, dependendo da capacidade do paciente.

O ARM é dos poucos robôs de reabilitação que possibilita movimentos tridimensionais e não apenas no plano, permitindo, inclusive, exercícios contra a gravidade. São movimentos mais realistas (mais próximos daqueles que a pessoa precisa realizar em suas atividades cotidianas – domésticas, de autocuidado, trabalho, lazer, etc.) e mais complexos, que utilizam um número maior de cadeias musculares simultaneamente, exigindo um esforço bem maior do cérebro.

O robô pode se autorregular para fornecer auxílio sob medida para cada paciente, ou seja, fazer a força complementar necessária para que cada um consiga fazer o movimento, reduzindo progressivamente essa ajuda à medida que a pessoa se fortalece, até chegar a oferecer resistência ao movimento para intensificar o fortalecimento.

Essa capacidade de detectar o grau de dificuldade do paciente em cada tipo de movimento permite que o robô também seja útil para o diagnóstico detalhado das sequelas, ajudando no planejamento do tratamento e também no acompanhamento da evolução de cada paciente. Conectado a uma rede de alta velocidade, o robô permite sessões de fisioterapia guiadas a distância, on-line.

Teste clínicos preliminares do ARM realizados com oito voluntários que eram pacientes crônicos estáveis, ou seja, não apresentavam mais melhora com as terapias tradicionais, apresentaram bons resultados. Com idades entre 46 e 78 anos, esses pacientes tinham tempo de lesão que variava de um ano e oito meses a 26 anos. Após 18 sessões de uma hora com o ARM, três vezes por semana, sete dos oito apresentaram melhora significativa na mobilidade do ombro, cotovelo e punho.

A portabilidade do robô brasileiro é outra vantagem: enquanto os principais robôs de reabilitação disponíveis no mercado internacional pesam em torno de 100 quilos, o ARM mal chega a 15 quilos, cabendo numa mala que pode ser facilmente levada de uma clínica para outra ou até para a casa dos pacientes.

“Os pacientes com sequelas de AVC muitas vezes já estão deprimidos. Não existe razão para a fisioterapia ser uma coisa entediante se temos hoje recursos para criar jogos divertidos”, frisa o Dr. Antonio Makiyama. Por isso, a equipe que desenvolveu o robô foi integrada por três engenheiros, dois fisioterapeutas e cinco especialistas em videogames.

O ARM da Vivax deve chegar ao mercado até o fim do ano, tendo como clientes iniciais hospitais e clínicas de reabilitação. O custo do aparelho será de cerca de R$ 200 mil, mas, para ampliar o acesso, a forma de comercialização prioritária será o aluguel (cerca de R$ 60 mil ao ano), com opção de compra após dois ou três anos (leasing).

Acesse a reportagem completa na página da Fapesp – Pesquisa para Inovação.

Fonte: Fapesp. Imagem: Divulgação.

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2025 tech4health t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account