Notícia

Plataforma gratuita auxilia pessoas com deficiência na comunicação

Divulgação

Fonte

UFPE

Data

segunda-feira, 3 abril 2017 10:05

Áreas

Computação. Pedagogia. Inclusão Social.

Buscando possibilitar maior independência a pessoas com deficiência na comunicação e tornar mais prático o cotidiano dos seus mediadores, pesquisadores do Centro de Informática (CIn) e do Centro de Educação (CE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram ferramentas inovadoras na área de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). A plataforma é formada por dois softwares gratuitos e de uso ilimitado: o ABoard e o ADesign. O primeiro é um aplicativo para tablet que permite à pessoa com dificuldades na comunicação a construir e falar frases por meio de imagens (pictogramas), auxiliando no desenvolvimento de diálogos. Já o ADesign é um sistema web que traz facilidades para o mediador, possibilitando a personalização dos pictogramas que são visualizados no aplicativo.

O ABoard foi desenvolvido para realizar a construção de frases de forma intuitiva. Com um toque no pictograma (uma imagem que está representando uma palavra), sua legenda é falada e este é adicionado em uma área destinada à formação de frases, sendo possível adicionar novos pictogramas para serem falados em conjunto. A produção das frases pode ser acelerada a partir da sugestão de pictogramas que tenham relação com os que foram escolhidos anteriormente. “Por exemplo, para ‘bolo’ pode-se ter sugestões como ‘querer’, ‘comer’, ‘gostoso’ e ‘ruim’”, explica o Prof. Dr. Robson Fidalgo, do CIn e um dos pesquisadores que desenvolveram a plataforma.

O aplicativo também tem funções extras que facilitam o diálogo. “O menu para respostas rápidas permite, a qualquer momento da produção da frase, dar respostas rápidas como “Sim”, “Não”, “Por Favor”, “Obrigado”, “Desculpe”, “Socorro”, “Parar” ou “Continuar” sem interferir na produção da frase”, comenta o pesquisador.

Além do aplicativo ABoard, o grupo Assistive também desenvolveu um sistema que possibilita a personalização do aplicativo. “Caso o vocabulário básico que é exibido no ABoard não esteja adequado às necessidades da pessoa com dificuldades na comunicação, seu mediador pode criar, editar, excluir ou reorganizar esse vocabulário usando o sistema ADesign”, destaca Robson. O ADesign funciona on-line e pode ser usado a partir de um navegador web. O acesso à plataforma, assim como ao aplicativo, é gratuito e ilimitado.

Enquanto o aplicativo ABoard permite que o indivíduo com dificuldade na comunicação use um tablet para reproduzir frases, o sistema aDesign é utilizado pelos mediadores para definir o vocabulário pictográfico a ser exibido no aplicativo.

Os envolvidos (professores e alunos) no desenvolvimento do ABoard e do ADesign fazem parte do Assistive, Núcleo Pernambucano do Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva e grupo de pesquisa interdisciplinar da UFPE. O Assistive é financiado pelo governo federal (CNPq e Capes) e seu objetivo é investigar e desenvolver tecnologias inovadoras em Comunicação Aumentativa e Alternativa que ajudem a promover inclusão social e permitam dar mais independência e qualidade de vida a indivíduos com atraso na comunicação, por exemplo: pessoas com autismo, paralisia cerebral, microcefalia e apraxia.

Diferenciais

Já existem outras soluções tecnológicas para auxiliar esse processo comunicativo usando tablets, mas, segundo o Dr. Robson Fidalgo, a maioria é paga e não é nacional (não tem interface e/ou documentação em português). Outro diferencial do ABoard é que a ferramenta permite a organização das palavras em categorias e subcategorias. Esse mecanismo, além de auxiliar no desenvolvimento de pensamentos abstratos a partir de generalizações de conceitos, também torna mais ágil a comunicação: “Por exemplo, ‘bolo’ é uma ‘comida’ que, por sua vez, é um ‘alimento’. Ao entrar na categoria ‘comida’, não se perde tempo com coisas não comestíveis”, explica o Dr. Robson.

O vocabulário básico de pictogramas, que é o exibido inicialmente no ABoard, foi definido cuidadosamente a partir de trabalhos científicos desenvolvidos pelo Assistive, com pesquisas sobre as palavras frequentemente usadas por crianças. O menu com respostas rápidas e a sugestão automática de pictogramas para a formação de frases também é um diferencial da ferramenta.

Fonte: UFPE. Imagem: Divulgação.

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