Notícia

Doenças relacionadas ao excesso de metionina e de homocisteína são temas de pesquisas na UFRGS

Pesquisadores estudam alterações que podem ser fatores de risco para doenças cardiovasculares e neurodegenerativas

Thiago Cruz, UFGRS

Fonte

UFRGS

Data

sábado, 18 fevereiro 2017 17:45

Áreas

Medicina. Patologia. Bioquímica. Sistema Circulatório. Cardiologia. Neurologia.

A metionina é um aminoácido essencial, o que significa que o corpo não é capaz de sintetizá-la, e, portanto, deve ser obtida por meio da alimentação. Encontrada, principalmente, em alimentos ricos em proteína, como ovos, carnes e derivados do leite, a substância é necessária para funções importantes do organismo, como a síntese proteica e a produção de creatina, um composto que fornece a energia que os músculos precisam para se mover, e dos aminoácidos cisteína e taurina, que ajudam o corpo a eliminar toxinas e a construir tecidos fortes e saudáveis, além de promover a saúde cardiovascular.

Como todo aminoácido, a metionina é metabolizada pelo fígado, e um dos resultados da sua metabolização é a produção da homocisteína. O nível de homocisteína no corpo, por sua vez, é regulado pelo processo de remetilação, que converte a substância novamente em metionina, em uma reação que requer ácido fólico e vitamina B12, ou por meio da transulfuração, que a transforma em cisteína.

Alguns fatores, entretanto, podem levar o corpo a concentrar quantidades elevadas de metionina ou de homocisteína, e, em excesso, as duas substâncias podem ser muito prejudiciais. A alta concentração de homocisteína, configurada pela hiper-homocisteinemia, é considerada fator de risco para patologias cardiovasculares e cerebrais, aterosclerose, derrame, trombose e para doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Já o excesso de metionina, caracterizado pela hipermetioninemia, pode ocasionar desordens neurológicas, deficit cognitivo e edema cerebral.

Entre as principais causas do acúmulo de metionina e de homocisteína estão dietas pobres em ácido fólico e vitamina B12 ou com ingestão exagerada de proteínas, sedentarismo e alterações genéticas nas enzimas envolvidas no metabolismo dos dois aminoácidos, como é o caso da homocistinúria, causada pela deficiência da enzima cistationina beta-sintetase (CBS). As pessoas afetadas pela homocistinúria podem apresentar diversos sintomas, como disfunção motora, osteoporose, deficit cognitivo e tromboembolismo. A doença é genética e não tem cura, mas seu tratamento pode ser feito a partir da suplementação de ácido fólico e de vitaminas B6 e B12 e da restrição de metionina na dieta.

Segundo a professora do Departamento de Bioquímica da UFRGS, Dra. Angela Wyse, o nível normal de homocisteína no sangue é de até 10 micrômetros (μM) por litro de sangue. Concentrações de 20μM a 30μM já são consideradas fator de risco para Alzheimer, Parkinson e outras doenças neurodegenerativas. Em alguns portadores de homocistinúria, a quantidade de homocisteína chega a 500μM por litro de sangue.

Com o objetivo de elucidar os mecanismos por trás da hiper-homocisteinemia, da hipermetioninemia e da homocistinúria, um grupo de pesquisadores da UFRGS e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) vem desenvolvendo diversos estudos. As pesquisas se iniciaram há cerca de 20 anos. Desde então, foram feitos avanços importantes no que se refere aos modos por meio dos quais esses distúrbios agem, aos seus efeitos no corpo e a como o acúmulo de metionina e de homocisteína pode contribuir para o desenvolvimento de outras patologias. Segundo a professora, entre as descobertas mais importantes está a interferência da homocisteína no metabolismo energético da célula. Também são desenvolvidos estudos referentes a alterações comportamentais, como os efeitos nas memórias de referência, espacial e de curta e longa duração.
Leia a matéria completa no UFRGS Ciência.

Fonte: UFRGS. Imagem: Thiago Cruz, UFGRS.

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