Notícia

Zumbido no ouvido: pesquisas melhoram entendimento

Modelo matemático ajuda a desvendar doença que acomete cerca de 20% da população mundial

Divulgação, Cepid/Semeai.

Fonte

USP

Data

quarta-feira, 1 fevereiro 2017 20:20

Áreas

Modelagem Matemática. Ciências Cognitivas. Medicina. Neurologia. Otorrinolaringologia. Engenharia Biomédica.

Dados da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (Apidiz) demonstram que mais de 28 milhões de brasileiros convivem com a doença Tinnitus, popularmente conhecida no Brasil como zumbido no ouvido. No mundo, segundo a Associação Americana de Zumbido, 20% da população apresenta o distúrbio.

O distúrbio é estudado em uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação  da Universidade de Sâo Paulo (ICMC-USP) pelo aluno iraniano Iman Ghodratitoostani, que é orientado pelo pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (Cepid-Cemeai), Prof. Dr. Alexandre Delbem.

Segundo o aluno, o objetivo do trabalho é ousado e caminha para construir um modelo de funcionamento do cérebro de uma pessoa que tem o problema do zumbido, com intuito de auxiliar os profissionais da área na busca pelo tratamento.

“O modelo de zumbido funcional neural supõe uma nova manifestação em pesquisa clínica. Estamos trabalhando na validação do modelo, que é proposto com base em atividades do cérebro e da rede neural, bem como as informações do cérebro que temos a partir da ressonância magnética funcional e de encefalogramas elétricos. Assim, a ideia é ir para a informação do cérebro antes, durante e depois da intervenção, a fim de descobrir o que aconteceria no cérebro como consequência dessa intervenção”, comentou Iman.

Uma equipe multidisciplinar trabalha junto com os pesquisadores, dividindo experiências e somando resultados para investigar os fatores que provocam este problema que é considerado ainda um grande desafio até mesmo para os especialistas.

“Um dos caminhos que a pesquisa tomou foi o envolvimento de profissionais de várias áreas e instituições. Desde o médico, ao cientista da computação, matemático, estatístico e outros especialistas, buscamos todos um melhor entendimento de como funciona a doença para poder fazer o melhor tratamento e melhores soluções”, disse o professor Alexandre Delbem.

Além da USP em São Carlos, estão envolvidos diretamente na pesquisa o Instituto de Estudos de Ciência Cognitiva do Irã, uma empresa americana que produz aparelhos auditivos, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e a Universidade Federal do ABC (UFABC).

O Instituto Ganz Sanchez, referência no diagnóstico e tratamento do zumbido no ouvido, é outro importante parceiro. Aliado à análise clínica já feita pelo Instituto, os pacientes que participam da pesquisa também passam por avaliações e medições feitas com os equipamentos do Cemeai, financiados pela Fapesp.

A diretora do Centro e supervisora da parte clínica da pesquisa, Dra. Tanit Ganz Sanchez, comentou sobre as inovações e esperança que o estudo já está trazendo.

“Se considerarmos a literatura, poucas pessoas acreditam na cura. Esta pesquisa é extremamente rígida, com padrões poucos flexíveis. Normalmente, os projetos de tratamento que são mais realizados são os ensaios clínicos randomizados e, na verdade, se testa uma coisa de cada vez. Nós resolvemos ousadamente fazer o contrário. Ir atrás de pessoas que já se curaram e ver o que elas tinham pra contar para nós, clínicos e pesquisadores”, explica a médica. “Para nossa surpresa, a cura que aconteceu com eles, pelo menos as que nós pudemos testemunhar, são de combinações de fatores de tratamentos juntos. Temos convicção de que a parte clínica e a parte cientifica têm que interagir de uma forma melhor para que de fato possamos chegar até a cura do zumbido”, conclui.

A pesquisa já teve repercussão em publicações do país e internacionais.

Recentemente, Siamak Sani, executivo da empresa norte americana World Hearing Organization Inc., esteve no Brasil para discutir a parceria que pretende aplicar a tecnologia na produção de aparelhos auditivos.

Assista ao vídeo de apresentação da pesquisa:

 

Acesse a matéria completa no Jornal da USP.

Fonte: Raquel Vieira, Assessoria de Comunicação do Cemeai, USP. Imagem: Divulgação, Cepid/Semeai.

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