Notícia
Novo anticorpo pode reduzir a carga de HIV no sangue
Boa tolerância e segurança foram considerados positivos
Pixabay
Fonte
Revista Nature
Data
sexta-feira, 27 janeiro 2017 17:55
Áreas
Imunologia. Bioquímica. Saúde Pública.
A cada ano, o vírus HIV infecta cerca de 3 milhões de pessoas no mundo. Ao todo, estima-se que 37 milhões de pessoas não sabem que vivem com o vírus e 18 milhões não têm acesso a tratamento. No Brasil, apesar da distribuição dos medicamentos antivirais ser gratuita por meio do sistema público de saúde, o número de casos novos de Aids voltou a crescer, passando de 43 mil em 2010 para 44 mil em 2015.
Um anticorpo desenvolvido pelo grupo do imunologista brasileiro Michel Nussenzweig, do Laboratório de Imunologia Molecular da Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, mostrou-se eficaz ao diminuir a carga do vírus HIV, causador da Aids, no sangue de pessoas infectadas.
Em um artigo publicado no último dia 16 de janeiro de 2017 na revista Nature Medicine, os pesquisadores relatam terem conseguido reduzir o número de cópias do HIV ao administrarem apenas uma dose de um anticorpo chamado 10-1074. É a primeira vez que esse anticorpo foi testado em seres humanos.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Os resultados do estudo poderão ampliar as perspectivas de se obter uma nova classe de drogas com diferentes mecanismos de ação contra o HIV, enquanto não há vacina disponível. O anticorpo 10-1074 pertence a uma geração de anticorpos que tem se mostrado eficazes no combate a uma grande variedade de cepas do HIV, apresentando boa tolerância e segurança aos participantes do estudo. Mais potentes do que os habituais, esses anticorpos são produzidos naturalmente por alguns pacientes e, em seguida, clonados e reproduzidos em laboratório visando a obtenção de um conjunto de anticorpos capazes de atacar regiões do vírus vulneráveis à ação de células do sistema de defesa do organismo humano. A ideia consiste em fazer o uso combinado desses diferentes tipos de proteínas do soro sanguíneo com antirretrovirais convencionais para tratar pessoas infectadas com HIV.
Em outro estudo publicado em 2015 na revista Nature, os resultados apresentados foram promissores, e envolviam outro tipo de anticorpo, o 3BNC117. Foi verificado que o anticorpo reconhecia uma região específica do vírus, impedindo-o de se conectar a uma proteína da superfície dos linfócitos T do tipo CD4 e invadir essas células do sistema de defesa do organismo. O anticorpo 3BNC117 bloqueou a ação de 195 das 237 cepas testadas, mesmo quando administrado em pequenas quantidades. O anticorpo 10-1074 descrito no estudo da Nature Medicine é mais potente do que o 3BNC117 —doses mais baixas são suficientes para que ele exerça atividade antiviral. No entanto, tem atividade contra um número menor de variedades do vírus e as cepas resistentes ao 10-1074 não são resistentes ao 3BNC117, e esse dado reforça a ideia de que o uso combinado de diferentes anticorpos pode ser mais efetivo do que o uso isolado de apenas um deles.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Fonte: Revista Nature. Imagem: Pixabay.
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