Notícia

Uso de fraldas e as assaduras

Conheça medidas de prevenção da dermatite de fraldas

Pixabay

Fonte

Sociedade Brasileira de Pediatria

Data

sexta-feira, 2 dezembro 2016 19:35

Áreas

Pediatria. Cuidados Infantis.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), através do departamento de Dermatologia presidido pela Dra. Vânia Oliveira de Carvalho da Universidade Federal do Paraná (UFPR), elaborou um documento científico sobre a dermatite das fraldas.

A dermatite de fraldas, conhecida como assadura, é a forma mais frequente de dermatite de contato por irritante primário na criança. Estima-se que até os 2 anos de vida 25% das crianças apresentarão esta dermatose. Trata-se de uma erupção inflamatória aguda da pele da área coberta pela fralda que ocorre em lactentes e pré-escolares que utilizam fraldas. A lesão cutânea na dermatite de fraldas é determinada por processo inflamatório na pele coberta pela fralda e resulta da interação de múltiplos fatores como: o aumento da umidade, pH elevado, enzimas fecais e micro-organismos que se desenvolvem pela condição ideal proporcionada pela oclusão. Ocorre ainda irritação pela limpeza e principalmente pela utilização de lenços úmidos contendo álcool ou sabões com pH alcalino e todos estes fatores levam à quebra da função de barreira cutânea o que permite que a lesão se estabeleça.

As lesões são caracterizadas por eritema que poupa as pregas, e acomete as áreas que estão em contato com as substâncias que promovem o dano à pele da região, dando uma configuração clínica que lembra a letra W. A manifestação clínica pode ser leve com eritema localizado e pouca descamação, moderada, com eritema mais intenso e pápulas, e grave, com intenso eritema, maceração, pápulas, pústulas e exulceração.

A história clínica permite excluir outras causas e a detecção de fatores desencadeantes da doença, assim como alguns dados devem ser perguntados como:

  • Tempo de evolução
  • Localização inicial
  • Sintomas como dor ou prurido (coceira)
  • Medidas de higiene utilizadas nas trocas
  • Exposição a substâncias e produtos de higiene
  • Uso recente de antibiótico
  • Aumento da frequência de evacuações e micções
  • Frequência de troca de fraldas
  • Hábitos alimentares e mudanças nos mesmos

 

Prevenção e Tratamento

A prevenção está indicada e pode ser obtida com: troca frequente das fraldas, limpeza suave e cremes de barreira. Quando a lesão se estabelece é necessário:

  • Trocar as fraldas com maior frequência que a habitual
  • Limpar suavemente a região
  • Expor a pele ao ar
  • Aplicar cremes de barreira

 

Trocar fraldas com maior frequência

– trocar o mais breve possível após cada evacuação ou micção. Nos recém-nascidos, a cada 2 horas e à medida que diminui o número de evacuações a troca a cada 3 a 4 horas é adequada. As fraldas cada vez mais absorventes evitam a hiper-hidratação e diminuem o contato com urina e fezes.

Limpar suavemente

– a limpeza deve ser realizada com água fria ou morna e sabonetes com pH ácido. Esta medida permite manter o manto ácido. Na presença de fezes utilizar um sabonete infantil líquido. Os lenços úmidos, desde que sem álcool ou fragrância, podem ser uma opção para a limpeza ocasional (3, 5). Limpar de maneira muito suave, sem esfregar a pele e enxugar com suavidade.

Expor a pele ao ar

Expor o períneo ao ar logo após a limpeza, para secar a pele melhor.

Aplicar cremes de barreira

A utilização contínua nas trocas de fralda é uma medida eficaz de prevenção da dermatite de fraldas e também tem efeito terapêutico. Os cremes de barreira formam um filme lipídico que protege da umidade e evita o contato com irritantes. Deve ser hipoalergênico e dermatologicamente testado. Estes produtos exercem atividade protetora e preventiva ao mesmo tempo, por meio da formação de um filme na superfície cutânea. Devem ainda ser de fácil aplicação e inócuos para a pele da criança. A maioria dos cremes de barreira contém os ingredientes ativos óxido de zinco e/ou petrolato, além de óleo de fígado de bacalhau, aloe barbadensis, dimeticona, e dexpantenol. O creme deve ser aplicado em uma camada que cubra as áreas passíveis de lesão, nas trocas subsequentes não é necessário remover toda a camada, as áreas que não contiverem resíduos de fezes podem ser mantidas e se renova aplicação.

Dicas de Higiene

Orientação de higiene para prevenção da dermatite de fraldas:

  • Lavar as mãos antes e depois das trocas
  • Trocar a fralda o mais breve possível quando a criança urina ou evacua

– A cada 1 a 2 horas de dia (RN) e pelo menos uma vez durante a noite

– A cada 3 a 4 horas de dia no lactente

  • Limpeza

– Não esfregar para evitar dano

– Limpar o períneo da frente para trás

– Não remover toda a camada de creme de barreira se não houver resíduos

  • Deixar a região perineal exposta ao ar um tempo
  • Aplicar o creme de barreira – camada que cubra toda a região exposta

 

Acesse o documento publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria. Imagem: Pixabay.

 

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