Notícia

Sistema restabelece movimento de piscar o olho em pacientes com prótese ocular

Wikimedia Commons

Fonte

Faculdade de Odontologia da USP

Data

sábado, 19 novembro 2016 07:50

Áreas

Reabilitação. Bucomaxilofacial. Oftalmologia. Engenharia Biomédica. Bioeletrônica.

A prótese ocular é uma das mais antigas modalidades de reabilitação facial que auxilia na dissimulação de mutilações. As perdas oculares podem ser congênitas ou adquiridas e subdividem-se em patológicas ou traumáticas acidentais ou intencionais. A causa congênita principal é a microftalmia, que acomete crianças e que permite a reabilitação ocular já aos três meses de idade, impedindo o comprometimento do crescimento da hemiface. As próteses oculares indicadas nestes casos são denominadas em concha ou em calota. Como causa patológica, destacam-se as doenças corneanas, como o glaucoma, a catarata, o tracoma e a panoftalmia. Os tumores oftálmicos que levam à perda da visão são o melanoma, o glioma, o neuroblastoma e o retinoblastoma, um tumor maligno agressivo caracterizado por um forte brilho no globo ocular, mais frequente em crianças de dois a cinco anos de idade.

As perdas oculares traumáticas são ocasionadas principalmente devido a acidentes automobilísticos ou de motocicletas, violência urbana por arma de fogo, arma branca, acidentes domésticos ou no trabalho. Como modalidade de próteses oculares, existem a oca, a leve, a de recobrimento, a orotocavitária e a individualizada. Cada uma apresenta sua indicação específica e dentro de critérios que norteiam a confecção de uma prótese ocular.

O Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias, da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FO-USP) relata que dentre as principais funções da prótese ocular destacam-se:

• A prótese ocular é responsável por prevenir o colapso e a deformidade palpebral, dando sustentação e tonicidade muscular, bem como sua atresia por falta de função.
• Proteger a sensível cavidade anoftálmica contra agressões por poeira, fumaça, frio e demais agentes.
• Evitar a secura da conjuntiva.
• Restaurar a direção do fluxo lacrimal ao seu ducto fisiológico – evitando o empastamento dos cílios.
• Prevenir o acúmulo de secreção lacrimal na cavidade, evitando as alterações assimétricas que progressivamente se instalam e a epífora (lacrimejamento incontido).
• Restaurar o contorno facial.

 

Na pesquisa de mestrado desenvolvida por Livia Morelli Vieira na FO-USP sob orientação do professor Reinaldo Dias em parceria com a Escola Politécnica da USP, foi planejado e desenvolvido um dispositivo mecânico de pálpebra móvel acoplado à prótese ocular em acrílico capaz de realizar movimentos de abertura e fechamento da pálpebra de silicone em sincronia com o lado sadio. Esse mecanismo foi possível devido à acomodação de um sistema elétrico interligado com um sensor que capta o movimento do olho normal de modo simétrico. Este tipo de mecanismo combinado é pioneiro no campo das próteses bucomaxilofaciais no Brasil.

Acesse a dissertação “Prótese óculopalpebral com captação de movimento palpebral: proposta de dispositivo mecânico”.

Fonte: Faculdade de Odontologia da USP. Imagem: Wikimedia Commons.

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