Notícia
Melatonina: indicações e benefícios
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia divulga posicionamento
Wikimedia Commons
A melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina) é um hormônio indolaminérgico, sintetizado a partir do triptofano e derivada da serotonina. A melatonina é produzida pela glândula pineal na vigência de estimulação noradrenérgica simpática, através de inervação pós-ganglionar originada no gânglio cervical superior.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) divulgou um posicionamento para esclarecer à população sobre o uso e comercialização da melatonina no Brasil. No texto, a entidade explica que o uso de melatonina deve ter indicação e acompanhamento médico e não existem evidências que suportem o uso em seres humanos com ação anti-tumoral, anti-oxidante ou anti-envelhecimento.
Indicações do uso da melatonina
A melatonina pode ser indicada em casos de:
- Distúrbios do sono: insônia em idosos, cuja produção de melatonina é cerca de7 a 5% menor do que em jovens; insônia por retardo de fase, sono de não 24 horas ou latência prolongada do sono, distúrbios comportamentais do sono REM, e distúrbios do sono em que a produção de melatonina é reduzida (excesso de luz noturna ou uso de beta-bloqueadores);
- Distúrbios do ritmo circadiano (transtornos de adiantamento ou atraso de fase; jet lag, cegueiras pré-quiasmática).
- Doenças neurológicas que cursam com distúrbio do sono, como espectro do autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, síndrome de Smith-Magenis.
Possíveis benefícios da melatonina
Existem evidências iniciais de benefício do uso da melatonina em alguns casos de:
- Enxaqueca (já existem alguns ensaios clínicos randomizados publicados)
- Depressão (seu análogo, agomelatina, é aprovado com esta indicação, inclusive no Brasil)
- Uso pós lesões isquêmicas (hipoxia e isquemia perinatais -usada associada à hipotermia; na displasia bronco pulmonar do prematuro e como agente protetor contra radiações).
A melatonina também está sendo estudada em ensaios clínicos nas doenças de Alzheimer, Huntington e Parkinson, além de estudos em Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), Síndrome Metabólica e alguns tipos de tumores.
Doses (mínima e máxima):
Para distúrbios rítmicos, se preconiza o uso de 0,1 a 0,5 mg; para distúrbios do sono, de 1 a 5 mg; para doenças neurológicas,de 3 a 10 mg. Essa posologia é diária e deve ser administrada em dose única eexclusivamente à noite, em geral, 1 hora antes do horário habitual de dormir.
Para doenças que implicam em reajuste do relógio circadiano, o horário de administração é diferente, dependendo do que se quer obter (adiantamento de fase ou atraso de fase, por exemplo).
Tempo de uso: Não há limite mínimo ou máximo de tempo de uso da melatonina. Para efeitos transitórios, como em casos de jet lag, a melatonina é usada quando for necessário; para distúrbios de sono, o uso deve ser rotineiro.
O portal Tech4Health destaca: nunca use nenhum tipo de medicamento sem antes consultar um médico especialista. A auto-medicação pode trazer graves danos para a sua saúde.
Fonte: SBEM. Imagem: Molécula da Melatonina, Wikimedia Commons.
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