Notícia
Genes dos bebês influenciam peso ao nascer e doenças da vida adulta
Diferenças genéticas podem determinar diferenças ao nascimento e também a ocorrência de doenças na vida adulta
Shutterstock
Fonte
Universidade de Oxford
Data
sábado, 1 outubro 2016 19:10
Áreas
Medicina. Pediatria. Patologia. Genética.
Nova pesquisa constata diferenças genéticas que ajudam a explicar por que alguns bebês nascem maiores ou menores do que outros. A pesquisa, conduzida pela Universidade de Oxford, também revela como as diferenças genéticas fornecer um elo importante entre o crescimento inicial de um indivíduo e as possibilidades de desenvolvimento de doenças como o diabetes tipo 2 ou doenças cardíacas na vida adulta. O estudo em larga escala, publicado na revista Nature, pode ajudar a direcionar novas formas de prevenção e tratamento destas doenças.
O novo estudo foi desenvolvido em conjunto por uma equipe de pesquisadores de seis instituições, incluindo as universidades de Oxford, Exeter, Bristol, Cambridge e Queensland, e o Centro Médico Erasmus, em Rotterdam. A pesquisa envolveu mais de 160 pesquisadores internacionais de 17 países que são membros do Consórcio “Genética do Crescimento Precoce” (EGG). O trabalho foi apoiado por mais de 120 instituições de pesquisa.
A pesquisa concluiu que uma proporção substancial (pelo menos um sexto) da variação no peso ao nascer é devida às diferenças genéticas entre os bebês. Esta variação é de sete a oito vezes mais significativa do que a variação que pode ser explicada por fatores ambientais já conhecidos por influenciar o peso ao nascer, como o ato de fumar durante a gravidez ou o índice de massa corporal da mãe (uma medida da obesidade) antes da gravidez.
Já se sabe há algum tempo que os bebês cujo peso ao nascer é muito abaixo ou muito acima da média, têm um aumento significativo do risco de diabetes algumas décadas depois. Até agora, muitos pesquisadores têm assumido que esta ligação reflete o impacto a longo prazo do ambiente nutricional em que o feto se desenvolve: em outras palavras, os eventos no início da vida podem programar o corpo de um indivíduo de forma a torná-lo mais propenso a doenças na vida adulta.
Neste novo estudo, os pesquisadores descobriram uma sobreposição importante das regiões genéticas ligadas às diferenças de peso ao nascer e daquelas que estão ligadas a um maior risco de desenvolver diabetes ou doença cardíaca. A maior parte desta sobreposição envolve o perfil genético do bebê, mas a equipe descobriu que os genes da mãe também desempenharam um papel importante em influenciar o peso do bebê ao nascer, provavelmente através das maneiras pelas quais eles alteram o ambiente do bebê durante a gravidez.
O Prof. Dr. Mark McCarthy, da Universidade de Oxford e coautor do estudo, disse: “Estes resultados fornecem pistas vitais para alguns dos processos que atuam ao longo de décadas da vida para influenciar as chances de um indivíduo desenvolver diabetes e doenças cardíacas. Estes resultados devem proporcionar novas abordagens para o tratamento e prevenção das doenças. Compreender as contribuições de todos estes processos também irá nos dizer o quanto devemos esperar por melhorias nos cuidados pré-natais a fim de reduzir a quantidade de futuros diabetes futuros e de pessoas com doenças cardíacas. ”
Os pesquisadores analisaram as diferenças genéticas em cerca de 154.000 pessoas de todo o mundo. Ao combinar os perfis genéticos dessas pessoas à informação sobre o peso ao nascer, os pesquisadores puderam identificar sessenta regiões do genoma que estavam influenciando claramente diferenças no peso ao nascer. Eles então analisaram dados de estudos anteriores sobre certas patologias, incluindo diabetes e doenças cardíacas, e descobriram que muitas destas mesmas regiões genômicas também foram implicadas.
Dr Momoko Horikoshi, do Centro para Genética Humana da Universidade de Oxford, líder do estudo, continuou: “Nossos resultados apontam para o papel fundamental desempenhado pelas diferenças genéticas em conectar variação no crescimento inicial e o futuro risco de doença. Nossos próximos passos serão para reunir mais peças do quebra-cabeça, incluindo uma melhor compreensão de como os perfis genéticos de mãe e do bebê juntos podem modificar o peso do bebê e o risco de doença futura”.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Fonte: Universidade de Oxford. Imagem: Shutterstock.
Leia também:
77 milhões de recém-nascidos não recebem leite materno em sua primeira hora de vida
A hora de dormir: ajudando crianças e pais
Ácido fólico durante a gravidez pode reduzir o risco de obesidade infantil
Álcool na gravidez: saiba mais sobre a Síndrome Alcoólica Fetal
Alergia ao leite de vaca em crianças
Alimentação irregular na infância pode refletir na vida adulta
Amamentação e doação de leite humano: especialista esclarece mitos e verdades
Bebês de risco recebem intervenção precoce em fisioterapia
Bebês passam em teste de reconhecimento facial
Cirurgia ocular em bebês passa a ser coberta por planos de saúde
Contato e aleitamento precoces pós-parto continuam negligenciados
Creatina pode ajudar o desenvolvimento do feto
Cuidados com a gravidez: da pré-concepção ao pré-natal
Cuidados com a pele do recém-nascido
Cuidados com recém-nascidos: pediatra do IFF/Fiocruz dá orientações
Dispositivo que monitora bebês durante o sono pode salvar vidas
Estudo mostra como o leite materno protege contra doença intestinal grave em prematuros
Exercícios simples ajudam a controlar incontinência urinária na gravidez
Ganho de peso na gestação: estudo traça novo padrão
Nova tecnologia para estimar a idade gestacional de bebês ao nascimento
Teste da linguinha: cirurgia precoce melhora qualidade de vida em bebês
Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar