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Esclerose múltipla: doença pouco conhecida, mas muito comum
É importante esclarecer as pessoas e os profissionais de saúde sobre sintomas que nos fazem pensar em Esclerose Múltipla
Pixabay
No último dia 30 de agosto, foi celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. Celebrada pela primeira vez em 2006, a data busca ser símbolo nacional, aumentando a visibilidade da doença, de seus pacientes e dos desafios por eles enfrentados no dia a dia.
A Esclerose Múltipla é uma das doenças neurológicas mais comuns em adultos entre 15 e 50 anos de idade. É crônica, contribui para uma deficiência neurológica e, a longo prazo, para a invalidez.
O neurologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (HCFMB-Unesp) e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB-Unesp) Dr. Fernando Coronetti explica como é feito o diagnóstico da Esclerose Múltipla. “O diagnóstico é realizado pelo aparecimento de sintomas da doença no sistema nervoso central, como: inflamação do nervo óptico, visão dupla, vertigem, fraqueza ou adormecimentos progressivos em alguma parte do corpo; descoordenação, desequilíbrio, sensação de choque que percorre a coluna, incontinência urinária, disfunção erétil, e outros. Habitualmente, esses sintomas ocorrem em surtos que duram de poucos dias até semanas, e melhoram espontaneamente ou com uso de corticoides”, diz.
Com o passar do tempo, esses sintomas se transformam em sequelas. “Em cerca de 15% dos casos, os déficits neurológicos surgem de modo lento e progressivo, especialmente fraqueza nas pernas com dificuldade para caminhar. As faixas etárias mais atingidas são entre os 15 e os 55 anos, havendo uma proporção três vezes maior em mulheres se comparado com a população masculina”, explica o Dr. Fernando.
Atualmente, 487 pacientes são atendidos e tratados com Esclerose Múltipla no HCFMB. Os pacientes que sofrem da doença são submetidos a tratamentos com corticoides no Pronto-Socorro do HCFMB. O Dr. Fernando Coronetti afirma que novos medicamentos já foram aprovados pela Anvisa para uso no Brasil, como a Teriflunomida, o Fumarato de Dimetila e o Alentuzumabe. “Em casos específicos, esses poderão ser indicados e terão seu uso autorizado mediante requisição específica à Secretaria do Estado da Saúde. Em alguns casos, avaliações de outros especialistas são feitas para adequar o melhor tratamento para cada caso. O atendimento multiprofissional é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.
Não há formas de prevenção da Esclerose Múltipla. No entanto, alguns fatores podem precipitar ou agravar a doença, como tabagismo, obesidade e pouca exposição solar.
Dr. Fernando diz acreditar que é importante esclarecer as pessoas e os profissionais da saúde sobre sintomas que nos fazem pensar em Esclerose Múltipla. “O diagnóstico precoce implica em tratamento também precoce. Assim, temos a possibilidade de um controle mais adequado da doença, com menos surtos inflamatórios, sem sequelas intensas, para que o paciente possa se manter produtivo e ativo, evitando a aposentadoria precoce e a mobilização de cuidadores, focando sempre em sua qualidade de vida”, finaliza o neurologista.
Fonte: Vivian Abílio, Assessoria de Imprensa do HCFMB-Unesp. Imagem: Pixabay.
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