Notícia
Meninas em tratamento contra o câncer emocionam HC da UFPR com apresentações
Atividades de balé e capoeira criam novas perspectivas e integram crianças ao tratamento
Samira Chami Neves
Fonte
HC-UFPR
Data
terça-feira, 9 agosto 2016 11:45
Áreas
Oncologia. Pediatria. Hematopediatria. Terapia Ocupacional. Reabilitação.
A pequena Scarleti mora na cidade de Castro, a 150 km de Curitiba. Há um ano, ela realiza o tratamento contra a leucemia linfoide aguda – câncer nos glóbulos brancos do sangue – no Ambulatório de Hematopediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR). Todas as terças-feiras, a menina viaja à capital paranaense para as consultas. No último dia 3 de agosto, junto com outros pacientes mirins, dançou balé e capoeira para diversos funcionários do HC em comemoração aos 55 anos da Instituição.
Tímida, Scarleti só conversou com a mãe, Solange de Fátima, sobre a festa. “Ela estava muito nervosa, achou que não ia conseguir. Quando me perguntou se tinha feito tudo certo, eu confirmei e ela se emocionou. Chorei porque é tudo para mim. Antes do balé, ela não queria nem fazer o tratamento. Agora, ela vem mesmo quando não tem consulta”, contou Solange.
O balé e a capoeira são atividades do CriArte, projeto criado por uma parceria entre a assistente social Ielsa Tramujas e a professora Zulmira Alves. As crianças que realizam tratamento no Ambulatório de Hematopediatria também podem participar das oficinas de bijuteria e artes.
“Queremos oportunizar novas perspectivas de vida para crianças e adolescentes. Esse evento é para vocês (pacientes) e foi realizado com muito trabalho e carinho”, afirmou Ielsa.
Casa encantada
“Era uma casa muito animada / Tinha carinho pra criançada / Tinha alegria e brincadeiras / Tinha balé e capoeira / E quem quisesse / Contava histórias / Fazia arte / Fazia joia / Era gostoso de se viver / No ambulatório do HC”.
A paródia, cantada por Sara (filha da professora de balé, não é paciente) foi entoada por todos os presentes. Eram muitos sorrisos por ver a luta das pequenas guerreiras, como a Ketlen Aparecida. Com câncer nos ossos, a menina estava em uma cadeira de rodas, conduzida por uma das bailarinas do grupo Bella Ballet. A releitura é fruto de uma oficina de poesia e literatura, ministrada pelos “tios” André e Marina.
“Os pacientes enfrentam um problema tão grande”, disse Luzia Aparecida, a mãe. “A garra e a força deles não deixam as pessoas caírem. Se eles estão fortes, por que a gente também não está?”, completou.
O Dr. Flavio Tomasich, superintendente do Complexo Hospital de Clínicas (HC e Maternidade Victor Ferreira do Amaral), elogiou o ambiente alegre. “Quero dizer que estou muito feliz ao ver a conquista dessas crianças. Aproveitem a vida e a esperança. Parabéns”, ressaltou.
Alegria e brincadeiras
Em dezembro de 2015, Letícia Ribeiro foi diagnosticada com leucemia. O doador já foi encontrado e, enquanto espera pelo transplante de medula óssea, ela se anima com as atividades.
“Significa muito pra mim, gostei bastante. Estava nervosa, mas fiz iguais às bailarinas: me concentrei e pensei na diversão”.
A apresentação contou com a participação especial da Rafa Gomes (pequena cantora curitibana que participou do The Voice Kids), a qual já havia visitado a Letícia em 17 de julho. A Rafa interpretou a canção “História de Uma Gata”, de Chico Buarque.
Após o balé, as meninas entregaram uma lembrança para os espectadores. Era um pequeno saco com uma joia, um cartão com a logo do CriArte e do Hospital de Clínicas, além do texto “HC 55 anos”, escrito pelas crianças que também confeccionaram as bijuterias, orientadas pelas “tias” Jussara e Maysa, na oficina do projeto.
Cotidiano
A Dra. Leniza Lichtvan faz parte da equipe médica que atende ao Serviço de Hematopediatria. “A gente sabe as dificuldades pelas quais essas crianças passam. É um privilégio participar de um evento como esse. Cada um trabalhando de uma forma pode mudar a vida delas. Obrigada”, falou emocionada.
Dedicação ao próximo
Caroline Rossi é a professora voluntária de balé. Às terças-feiras, ela ensaia com as crianças. “Mais alegria significa mais vida. A dança traz cores às vidas delas, o que ajuda a passar por situações complicadas”, declarou.
Enquanto isso, às quintas, o capoeirista Vinícius (ou Professor Bambucha) ensina a arte aos pequenos pacientes. “É um ato de amor. Realizo ações em escolas e em uma paróquia, mas, aqui, o trabalho é diferente”, revelou. “As crianças são amor, são vida. É a energia vital”, finalizou.
Fonte: Leonardo Henrique e Renildo Meurer, Unicom, CHC/UFPR. Imagem: Samira Chami Neves.
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