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Guia para uso da via subcutânea em geriatria e cuidados paliativos
Manual orienta profissionais sobre técnica ainda pouco utilizada
Divulgação
Segundo dados do IBGE, no ano de 2015 o Brasil possuía cerca de 23 milhões de pessoas com idade acima dos 60 anos, o que correspondia a cerca de 12,5% da população. Em 2050, o Brasil terá 64 milhões de pessoas acima de 60 anos, o que corresponderá a 30% da população nacional. Esse processo de envelhecimento ocorrerá de forma mais rápida no país em comparação com outras nações que levaram mais tempo para que esse processo acontecesse.
Com o avanço da idade aumenta a necessidade de hidratação adequada, assim como maior demanda para uso de medicamentos com diferentes finalidades. Dentre as formas para a administração dos fluidos e dos fármacos existem diversas possibilidades: oral, subcutânea, intramuscular e intravenosa.
A forma mais fisiológica e menos invasiva é a via oral. Nos pacientes internados e no tratamento de determinadas doenças, como no câncer, é necessário a administração dos fármacos via intravenosa devido à maior velocidade de absorção e consequente eficácia para ação do medicamento no organismo. No entanto, com o passar dos anos, ocorre um processo de envelhecimento das veias e perda da elasticidade da pele que acabam dificultando a punção venosa, principalmente nos pacientes mais idosos, o que pode provocar danos ao idoso nas tentativas para a obtenção do acesso venoso como: hematomas, ferimentos na pele e dor no local após múltiplas punções. Além disso, em portadores de distúrbios psiquiátricos mais graves, como a demência, não é possível utilizar esse tipo de acesso. Outro problema é relacionado aos pacientes sob cuidados paliativos ou aqueles internados em centros de terapia intensiva, que perdem o acesso venoso com frequência.
Nesse contexto, a via subcutânea oferece conveniência e segurança. Suas indicações são variadas e incluem situações corriqueiras em que não é possível oferecer medicamentos pela via oral: demência avançada com disfagia, pacientes com náuseas e/ou vômitos por períodos prolongados, intolerância gástrica, obstrução intestinal, diarreia, confusão mental e dispneia intensa. Sua indicação mais importante talvez seja o controle farmacológico dos sinais e sintomas inerentes ao processo de morrer, quando a pessoa doente, inevitavelmente, perde a capacidade de deglutir e requer uma via para oferta de medicamentos que lhe garantam o máximo conforto possível até o momento da morte.
Pela via subcutânea, é possível fazer aplicação de medicamentos para controle de dor, dispneia, náusea, delirium e convulsões, dentre outras potenciais causas de desconforto. Outra possibilidade é o tratamento de desidratação que não exija reposição rápida de volume. Por exemplo, se um idoso frágil que reside em instituição de longa permanência apresenta desidratação, pode-se programar hidratação subcutânea durante o período noturno, garantindo, assim, reposição de volume de forma cômoda.
Ciente dessas dificuldades, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), em parceria com a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) reuniu uma equipe de especialistas de caráter multidisciplinar (enfermeiros, farmacêuticos e médicos) com cerca de 30 pessoas de diversos Estados, para elaborar um guia detalhado sobre as técnicas de punção subcutânea e até um protocolo de treinamento para implantação dessa punção como nova rotina em serviços, devido ao baixo índice de efeitos adversos e custo menor.
O Guia aborda os seguintes tópicos:
- Histórico
- Perfil de absorção da via subcutânea
- Indicações
- Contraindicações
- Sítios de punção
- Técnicas de punção
- Com cateter agulhado (SCALP)
- Com cateter não-agulhado (JELCO)
- Cuidados de enfermagem após punção
- Medicamentos e soluções para uso subcutâneo
- Tabela de compatibilidade entre medicamentos
- Diluição dos medicamentos: já existe um consenso?
- Casos clínicos: exemplos
- Perguntas frequentes
- Proposta de um programa de treinamento para implementação do uso da via subcutânea em serviços de saúde
- Recomendações adicionais de leitura
O documento foi apresentado durante as atividades do XX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, no último dia 9 de junho.
Acesse o Guia Sobre o Uso da Via Subcutânea em Geriatria e Cuidados Paliativos.
Fonte: SBGG. Imagem: Divulgação.
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