Notícia

Adoçantes: tipos e efeitos na saúde

Consumidores devem estar atentos ao limite máximo aceitável de ingestão diária

Wikimedia Commons

Fonte

Abran, Journal of Neurogastroenterology and Motility e NHS.

Data

quarta-feira, 11 maio 2016 20:10

Áreas

Alimentação e Nutrição.

A Associação Brasileira de Nutrologia disponibiliza em seu site uma cartilha sobre o uso dos adoçantes, produzida pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad). Os adoçantes, também chamados edulcorantes, são aditivos alimentares de sabor extremamente doce, utilizados em alimentos e bebidas industrializados com o objetivo de substituir total ou parcialmente o açúcar. Distinguem-se como:

  • Adoçantes de mesa: produtos formulados para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas, devendo ser constituídos por edulcorantes previstos na legislação e açúcar. Não são indicados para diabéticos.
  • Adoçantes dietéticos: produtos formulados para dietas com restrição de sacarose, frutose e/ou glicose, para atender às necessidades de pessoas sujeitas à restrição da ingestão desses carboidratos. As matérias-primas frutose, sacarose e glicose não podem ser utilizadas em sua fabricação.

 

Além disso, existem os adoçantes artificiais (produzidos em laboratório), que contêm sacarina, aspartame, sucralose, tagatose e ciclamato de sódio e os adoçantes naturais (extraídos de alimentos, como vegetais, frutas, açúcar mascavo e mel) que contém sorbitol, frutose, esteviosídeo e agave azul. Os adoçantes são recomendados para diminuir o aporte calórico em pessoas que desejam controlar ou reduzir o peso ou em diabéticos. Em geral, os adoçantes apresentam poucos efeitos colaterais e não ocasionam graves prejuízos à saúde, sendo preconizada a utilização moderada sem exageros.

Pacientes alérgicos, gestantes e portadores de doenças degenerativas do cérebro (Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla) devem evitar o uso diário e prolongado dos adoçantes artificiais. Nos portadores de fenilcetonúria, o aspartame deve ser evitado devido à falha na metabolização do aminoácido fenilalanina. Como a maioria dos alimentos e bebidas diet (que não contêm açúcar, sal, glúten, proteína ou gordura), light (com redução de açúcar, gordura e sódio) e zero (isenção de açúcar e alguns nutrientes) são formuladas com mistura de adoçantes, evita-se a concentração da dosagem em um único adoçante. Os produtos industrializados mais conhecidos contendo adoçantes são os refrigerantes, chás, néctares (sucos industrializados) e energéticos.

Os adoçantes geralmente não engordam quando consumidos isoladamente, pois a obesidade apresenta múltiplas causas como fatores ambientais, genéticos, alimentares e estilo de vida sedentário que interferem de modo variado no grau da obesidade. Os nomes e as quantidades dos adoçantes devem ser conferidos nos rótulos dos produtos para que não ocorra uma ingesta abusiva.

Estudo recente

Entre os efeitos indesejados mais comuns dos adoçantes artificiais destacam-se: diminuição da motilidade gastrointestinal, alterações na absorção de nutrientes e alterações na flora intestinal, conforme descrito em estudo científico publicado na edição de abril de 2016 na revista científica Journal of Neurogastroenterology and Motility por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Acesse o artigo completo (em inglês).

Tipos e consumos diários

O Portal NHS, do Reino Unido, esclarece pontos importantes em relação a alguns dos principais adoçantes, seus efeitos e seus limites de consumo diário:

Acessulfame K

O Acessulfame de Potássio é um adoçante sem calorias até 200 vezes mais doce que o açúcar e tão doce quanto o aspartame. Após o consumo, o acessulfame não é modificado durante a digestão e nem é armazenado no organismo, sendo rapidamente excretado. O adoçante é aprovado para uso geral na Europa e nos Estados Unidos e não há evidências sobre efeitos carcinogênicos e nem sobre toxicidade. Limite máximo aceitável de ingestão diária: 9 mg/kg de massa corpórea.

Aspartame

Cercado de muitas controvérsias, o aspartame é até 200 vezes mais doce que o açúcar. É largamente utilizado em alimentos pu bebidas industrializados. Apesar de algumas publicações associarem o aspartame ao aparecimento de câncer, estudo conduzido em 2006 pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos com creca de 500 mil pessoas mostrou que o aspartame não aumenta o risco de leucemia, linfoma ou câncer cerebral. Estes resultados foram reafirmados em estudo desenvolvido pela Autoridade de Segurança Alimentar Europeia (EFSA) em 2013, que concluiu que o aspartame é seguro para o consumo humano, excluídas as pessoas com fenilcetonúria. Limite máximo aceitável de ingestão diária: 40 mg/kg de massa corpórea.

Sacarina

Descoberta em 1879, a sacarina é o adoçante artificial mais antigo. Além de não gerar calorias, é de 300 a 400 vezes mais doce que o açúcar. Costuma ser rapidamente secretada pelo sistema renal. Estudos indicam que a sacarina não é carcinogênica. Limite máximo aceitável de ingestão diária: 5 mg/kg de massa corpórea.

Sorbitol

O sorbitol é um adoçante com calorias reduzidas extraído quimicamente da glicose, com 60% do poder adoçante e com 30% menos calorias em relação ao açúcar. O adoçante é parcialmente absorvido no intestino e convertido em frutose no fígado. Excesso de sorbitol no intestino pode causar retenção de líquidos, resultando em diarreia. Não há limites máximos diários aceitáveis para o consumo especificados pelas autoridades de regulação.

Sucralose

A sucralose é um adoçante artificial sem calorias derivado da sucrose e até 650 vezes mais doce que o açúcar. Após o consumo, a sucralose é excretada sem modificações em sua estrutura bioquímica. Evidências científicas apontam que a sucralose não afeta o sistema imune, não causa câncer, infertilidade ou riscos à gravidez. Limite máximo aceitável de ingestão diária: 15 mg/kg de massa corpórea.

Estévia

Adoçantes derivados da estévia são extratos purificados do glicosídeo do esteviol (esteviosídeo) e são considerados “adoçantes naturais”. O extrato da planta, entre 200 e 300 vezes mais doce que o açúcar e sem calorias, foi aprovado como adoçante em 2010 na União Europeia, após uma análise detalhada que concluiu ser seguro seu consumo humano, não sendo tóxico ou cancerígeno. Limite máximo aceitável de ingestão diária: 4 mg/kg de massa corpórea.

Xilitol

O Xilitol é um adoçante com calorias reduzidas obtido a partir de uma variedade de plantas. É tão doce quanto o açúcar, mas contém 30% menos calorias. O xilitol éparcialmente absorvido no intestino e é convertido em glicose no fígado. O consumo em excesso pode causar efeitos laxativos. Não há limite máximo seguro para o consumo diário, especificado por agências reguladoras.

Fonte: Abran, Journal of Neurogastroenterology and Motility e NHS. Imagem: Wikimidia Commons

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