Notícia
Novo procedimento cirúrgico para tratamento de traumas encefálicos
Intervenção neurocirúrgica tem mostrado bons resultados quando o hematoma causa altos níveis de pressão intracraniana
Divulgação
Fonte
Fapemig
Data
segunda-feira, 25 abril 2016 10:55
Áreas
Medicina. Neurocirurgia. Biomecânica. Reabilitação. Engenharia Biomédica.
Uma nova técnica cirúrgica para o tratamento do Hematoma Subdural Agudo (HSDA) em traumas encefálicos vem sendo desenvolvida, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), por uma equipe de professores e neurocirurgiões. Eles são ligados ao Núcleo de Habilitação/Reabilitação em Esportes Paralímpicos (NH/RESP) e Laboratório de Projetos Mecânicos, ambos sediados na Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Neste projeto foram investidos R$ 48.000,00 por meio da modalidade Programa Pesquisador Mineiro.
O HSDA é originado a partir de traumas encefálicos, nos quais observa-se a formação de um hematoma cerebral com sangramento no interior de uma das membranas do encéfalo. Esses traumatismos cranianos relacionados a rápidas desacelerações são, basicamente, de dois tipos: o hematoma subdural agudo, que ocorre devido a uma lesão grave na cabeça e é o tipo mais perigoso; e o hematoma subdural crônico, decorrente de um trauma menor na cabeça.
O tratamento proposto pelo professor e médico neurocirurgião da UFU, Dr. Antonio Geraldo Diniz Roquette, juntamente com o engenheiro mecânico Ricardo Fortes Miranda e diversos pesquisadores, é denominado Craniotomia Vértex-basal com Fenestrações Durais – CVBFD. Desde a sua implementação, está salvando vidas, principalmente, em função do trauma, nos casos em que o hematoma causa altos níveis de pressão intracraniana. Com este novo procedimento, foi observada redução em cerca de 20% da morbi-mortalidade dos pacientes nas cirurgias realizadas, em comparação com a cirurgia convencional, chamada Craniotomia Descompressiva.
De acordo com o coordenador do projeto de tratamento Hematoma Subdural Agudo (HSDA) e também coordenador do Núcleo de Habilitação e Reabilitação em Esportes Paralímpicos (NHRESP), Dr. Cleudmar Amaral de Araújo, o projeto tem despertado, inclusive, interesse em nível internacional.
“A técnica utiliza princípios físicos conhecidos na engenharia, sendo aplicada de maneira simples, e possui como principal característica a retenção das estruturas cerebrais, tratando os traumas encefálicos, sem causar danos subsequentes. A consequência é o retorno do paciente às suas atividades em menor tempo e a redução dos custos do tratamento. Pela simplicidade, a técnica já vem sendo utilizada por alguns profissionais da área médica. O objetivo é divulgar este procedimento para a comunidade médica nacional e internacional”, diz.
Uma das principais características da técnica é a preservação da integridade das estruturas e à proteção do cérebro. As principais vantagens são: 1) cirurgia mais simples e em menor tempo (40 minutos), já que a cirurgia convencional dura em média três horas; 2) redução dos custos da cirurgia, considerando-se que, na cirurgia convencional, o paciente precisa ficar cerca de 30 dias em UTI e, com esta técnica, o paciente necessita, na maioria dos casos, de no máximo 2 dois dias na unidade de terapia intensiva; 3) recuperação mais rápida do paciente, uma vez que a caixa craniana não precisa ficar exposta, pois o inchaço cerebral é retido e pode-se fixar a parte óssea no final da cirurgia. Já na cirurgia convencional, é demandado maior tempo para a regularização do cérebro e a diminuição do inchaço.
Fonte: Priscila Piotto, Fapemig. Imagem: Divulgação.
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