Notícia
Nova vacina contra a tuberculose: descoberta de marcador aumenta esperança
Resultados de pesquisa fornecem pistas importantes para o desenvolvimento de vacina mais efetiva contra a doença

Divulgação
Fonte
Universidade de Oxford
Data
sábado, 16 abril 2016 17:40
Áreas
Imunologia. Bioquímica. Farmácia. Biotecnologia.
A tuberculose continua sendo uma das principais doenças mortais do mundo: só em 2014, infectou 9,6 milhões de pessoas e matou cerca de um milhão e meio de pacientes. A única vacina disponível, Bacillus Calmette-Guérin (BCG), funciona bem para prevenir a doença grave em crianças, mas ainda não produz resultados decisivos contra a doença do pulmão, especialmente em países onde a tuberculose é mais comum.
Enquanto a BCG é uma das vacinas mais seguras e mais amplamente utilizadas em todo o mundo, há uma questão fundamental: atualmente é muito difícil determinar se ela vai funcionar ou não. Isso também faz com que seja muito difícil determinar se qualquer nova vacina poderia funcionar.
Para muitas vacinas, médicos e cientistas podem utilizar o que é chamado de correlatos imunes ou biomarcadores, tipicamente no sangue, o que podem ser medidos para determinar se uma vacina induziu com sucesso a imunidade. Estes biomarcadores podem ser úteis não só para avaliar o sucesso dos programas de vacinação existentes, mas também podem ser fundamentais para avaliar se potenciais novas vacinas poderiam ser mais eficazes.
Com a necessidade de uma vacina contra a tuberculose que seja mais eficaz do que a BCG, uma equipe de pesquisa constituído por grupos da Universidade de Oxford, no Reino Unido, trabalhando em conjunto com colegas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e da Universidade da Cidade do Cabo, na África, se propôs a identificar os correlatos imunes que poderiam facilitar o desenvolvimento de vacinas contra a tuberculose. A equipe é liderada pela Profa. Dra. Helen McShane e Dra. Helen Fletcher, que estudaram as respostas imunitárias em crianças na África do Sul que participaram de testes de vacina contra a tuberculose.
A professora McShane ressalta: “Nós verificamos um grande número de fatores que poderiam ser usados como correlatos imunes, para tentar encontrar biomarcadores que nos ajudarão a desenvolver uma vacina melhor”.
A equipe realizou testes para vinte e dois fatores possíveis. Um deles, o nível de células T HLA+CD4+, foi associado a um maior risco de tuberculose. Enquanto isso, células T secretoras de interferon-gamma, BCG-específicas, indicaram menor risco de tuberculose, com níveis mais altos destas células diretamente ligados à maior redução no risco de tuberculose.
Os anticorpos para uma proteína da tuberculose, a Ag85A, foram igualmente identificados com uma possível correlação. Níveis mais elevados de anticorpos Ag85A foram associados com menor risco de tuberculose. No entanto, a equipe alerta que outros fatores ambientais e patológicos também podem causar níveis altos de anticorpos Ag85A e, portanto, pode não haver uma correlação direta entre estes anticorpos e o risco de tuberculose.
A professora McShane disse: “Estes são resultados úteis que devem ser confirmados em novos ensaios clínicos. Eles mostram que as células T específicas para o antígeno são importantes para a proteção contra a tuberculose, mas que as células T ativadas aumentam o risco“.
A Dra. Helen Fletcher, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, disse: “Pela primeira vez temos alguns indícios de como a BCG pode funcionar, e também o que pode impedí-la de agir. Embora ainda haja muito trabalho a fazer, estes resultados podem nos aproximar do desenvolvimento de uma vacina mais eficaz contra a tuberculose.
O Dr. Tom Scriba, da Universidade da Cidade do Cabo, ressalta: ‘A tuberculose ainda é uma doença grave em nível mundial e taxas da doença em algumas áreas da África do Sul estão entre as mais altas do mundo. Estes resultados fornecem pistas importantes sobre o tipo de vacinas contra a tuberculose, e nos deixa mais perto de nosso objetivo, um mundo sem tuberculose ‘.
A equipe vai continuar trabalhando para desenvolver uma vacina contra a tuberculose, com o objetivo de proteger mais pessoas da doença.
Fonte: Universidade de Oxford. Imagem: Divulgação.
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