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A hora de dormir: ajudando crianças e pais
Dicas de como transformar o sono em um momento tranquilo
Pixabay
Assunto que preocupa muitos pais, o sono de bebês e crianças está sempre nas rodas de conversas de quem tem filhos pequenos. Mas, com a ajuda da família, a hora de dormir pode ser um momento prazeroso, com bastante tempo de sono. Este é o propósito da neuropediatra e professora da Faculdade de Medicina da PUCRS Dra. Magda Lahorgue Nunes e da psicóloga e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde da Universidade Luciana Tisser, que lançaram a obra Por que não gosto da hora de dormir?, da editora Sinopsys. Com uma linguagem leve e didática e muitas ilustrações, o livro é direcionado às crianças, mas pode também ser lido pelos pais, e dá dicas simples e práticas para auxiliar este momento.
Segundo Magda, estudos mostram que de 5 a 30% da população de 0 a 19 anos tem problemas de sono. E o papel dos pais é primordial: são eles que devem estabelecer a rotina, em que todos os dias a criança faz o mesmo processo antes de ir para a cama, no mesmo horário, o que a deixa mais segura por saber o que vai acontecer. Luciana lembra que, além da falta de rotina, os vilões são os hábitos familiares inadequados no processo de adormecimento, a má alimentação e a ansiedade – tanto infantil quanto dos pais e cuidadores.
Muitos costumes considerados inofensivos acabam prejudicando a qualidade do sono, como assistir desenhos antes de dormir. “Os eletrônicos hiper-excitam o cérebro e a luz emitida por eles informa inadequadamente o organismo que ainda é dia. Quando escurece, começa a produção de melatonina, que prepara para o adormecimento. Estes aparelhos confundem e atrapalham esta produção”, afirma Luciana. O ideal é manter os pequenos longe da TV, tablets esmarthphones de uma a duas horas antes de ir para a cama.
E o que é considerado normal para cada faixa etária? A Dra. Magda esclarece que, no primeiro mês, o bebê tem o ciclo de dormir, acordar e mamar repetidamente. A partir do segundo mês, já consegue diferenciar o dia e a noite. Já depois do sexto ou sétimo mês, uma criança saudável e com um bom ganho de peso pode dormir dois grandes intervalos durante a noite, acordando somente uma vez para mamar. Já a partir de um ano, não é mais necessário despertar para mamar durante a noite.
Para os maiores, os grandes vilões são o medo e os pesadelos: “Quando eles se tornam muito repetitivos, talvez seja necessário um acompanhamento psicológico”, lembra a pesquisadora. Além disso, a insônia (dificuldade para dormir ou acordar várias vezes durante a noite) e as situações em que a criança associa o ato de dormir a alguma pessoa, ação ou objeto podem atrapalhar o sono, e são caracterizados como aspectos comportamentais. “A privação do sono traz prejuízos cognitivos e comportamentais, como irritabilidade e falta de concentração”, ressalta.
Há, porém, casos de doenças mais graves ligadas ao tema, como a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, em que a pessoa para de respirar momentaneamente enquanto dorme. “Quando a doença é crônica e não tratada, pode levar a problemas pulmonares, cardíacos e ao déficit cognitivo” alerta Magda.
Pesquisas na área
Uma das mais recentes pesquisas feitas na área, na PUCRS, divulgada no The Journal of Pediatrics no final do ano passado, concluiu que as crianças de 1 a 4 anos que dormem menos de dez horas por noite são mais propensas a ter excesso de peso ou obesidade. A dissertação de mestrado da aluna do Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Camila El Halal, foi orientada pela professora Magda.
Outra pesquisa inédita está em fase de coleta de dados e busca fazer uma avaliação do sono de crianças e adolescentes brasileiros, de 0 a 19 anos. Pais podem participar respondendo a um questionário disponível no link j.mp/1sK1qzE. Também orientada pela Dra. Magda, a pesquisa Avaliação das características do sono e prevalência de distúrbios em crianças e adolescentes brasileiros: estudo de base populacional integra a tese de doutorado da aluna Geciely de Almeida, do Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança da PUCRS.
Fonte: Greice Beckenkamp Pires, PUC-RS. Imagem: Pixabay.
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