Notícia

Transporte seguro de bebês

Pesquisadora desenvolve dispositivos para o transporte seguro de recém-nascidos de baixo peso

Divulgação, Antonio Scarpinetti e André Vieira, Unicamp.

Fonte

Unicamp

Data

domingo, 13 março 2016 12:00

Áreas

Biomecânica.

Segundo dados de 2014, estima- se que cerca de 16 mil crianças de zero a um ano morrem anualmente no Brasil em decorrência de acidentes em transportes veiculares. Em 2012, constataram-se no país 233 mil recém-nascidos de baixo peso (RNBP) – assim considerados os bebês com menos de 2.500 gramas – dos quais em torno de 80% sobrevivem e que, depois de receberem alta, devem retornar à maternidade periodicamente para exames de controle, ocasiões em que são transportados em veículos particulares ou públicos. São então conduzidos nos chamados bebês-conforto ou cangurus disponíveis no mercado, não adequados aos seus reduzidos tamanhos e que, além de submetê-los a maiores riscos de acidente, causam sérios problemas de postura, que podem ser de difícil correção futura e causar, durante o uso, lesões cerebrais e, em casos extremos, até a morte.

Com o objetivo de minimizar os riscos nos transportes desses bebês nos equipamentos disponíveis e torná-los mais confortáveis, Cindy Janneth Rondón Cachopo, oriunda do departamento de Santander, na Colômbia, graduada em Desenho Industrial pela Faculdade de Engenharia Físico-Mecânica, da Universidade Industrial de Santander, desenvolveu dois dispositivos para o transporte de RNBP, com massas entre 1.600 e 2.500 gramas, a partir da alta hospitalar. Um dos dispositivos foi projetado para adaptação às cadeirinhas infantis ou bebês-conforto utilizados em automóveis, de dimensões maiores às necessárias e inadequadas aos RNBP. O outro, que substitui os cangurus existentes, possibilita o transporte seguro dessas crianças junto ao corpo das mães, particularmente em veículos coletivos.

Para a pesquisadora, “os resultados mostraram que o dispositivo projetado para ser insertado nas cadeirinhas infantis permite que os RNBP sejam retidos com segurança e conforto em uma posição sentada ergonomicamente correta”. Por sua vez, o dispositivo destinado ao uso em veículos coletivos possibilita a manutenção das mãos livres de quem carrega a criança, em geral nos braços, diminuindo seu risco de queda quando do emprego das mãos para atender outras necessidades. Contribui, também, para um posicionamento natural do recém-nascido junto ao peito da pessoa que o conduz. Ela considera que o estudo traz significativa contribuição para o conforto e a segurança de um grupo vulnerável da população neonatal durante seu transporte e evita ainda posturas incorretas e consequentes problemas de saúde. 

 

Dispositivo_Transporte_Bebes_1

Antes (à esquerda): coluna incorretamente posicionada e pescoço dobrado inapropriadamente; depois: coluna bem posicionada e cabeça alinhada com o pescoço (Fonte: Divulgação, Antonio Scarpinetti e André Vieira, Unicamp).

 

Dispositivo_Transporte_Bebes_2

Antes (à esquerda: postura instável e incorreta, com risco de queda; depois: postura estável e ergonomicamente correta, com a criança retida (Fonte: Divulgação, Antonio Scarpinetti e André Vieira, Unicamp).

A autora, orientada pelo Prof. Dr. Antônio Celso Fonseca de Arruda, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ingressou no Projeto Criança e Segurança, desenvolvido junto ao Departamento de Materiais e Processos da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, onde existe um grupo interessado na segurança veicular de crianças. Parte do estudo, financiado pela Capes, teve a colaboração do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) da Unicamp. A conclusão deste estudo resultou na apresentação da dissertação “Dispositivos para transporte de recém-nascidos de baixo peso: uma abordagem de Design Centrado no Humano” junto ao DEM da Unicamp.

Leia mais no Jornal da Unicamp.

 

Fonte: Carmo Gallo Netto, Unicamp. Imagens: Divulgação, Antonio Scarpinetti e André Vieira, Unicamp.

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