Notícia

Teste da linguinha: cirurgia precoce melhora qualidade de vida em bebês

Teste é obrigatório por lei desde 2014

Divulgação

Fonte

HU-UFGD

Data

sábado, 30 janeiro 2016 12:50

Áreas

Fonoaudiologia

Obrigatório por lei desde 2014, o teste da linguinha é um procedimento simples e que pode evitar diversos problemas que afetam o desenvolvimento do recém-nascido. No Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), além do diagnóstico, que é feito nas primeiras 48 horas de vida do bebê, é realizada a cirurgia reparadora, técnica simples e que impede que a criança tenha complicações futuras na fala e na alimentação.

A anquiloglossia (“língua presa”) é o posicionamento do frênulo (freio lingual) mais próximo da ponta da língua ou mais curto que o normal, tornando a membrana mais espessa. Essa anomalia, de nascença, limita os movimentos da língua do bebê e causa dificuldades na amamentação, o que, por sua vez, pode ocasionar problemas como desidratação e desnutrição.

No HU-UFGD, o teste da linguinha é realizado pelas profissionais de fonoaudiologia logo após o nascimento do bebê, como parte da triagem neonatal. O exame clínico consiste, primeiramente, na avaliação anatomofuncional: são checados a postura dos lábios em repouso, a tendência do posicionamento da língua durante o choro, a forma da ponta da língua quando elevada durante o choro e o frênulo lingual.

Se identificados indícios suficientes de que há problemas, é feita a avaliação funcional, na qual a fonoaudióloga analisa a mamada, junto a uma anamnese com a mãe da criança (são realizadas perguntas sobre a rotina e dados pessoais do bebê e da família).

A fonoaudióloga Daniela Bender Morandi, que atua no HU-UFGD, afirma que o teste é um procedimento rápido e simples e que pode evitar uma série de consequências danosas ao recém-nascido. “A princípio, melhora a relação mãe-bebê, sendo que, se corrigidos os problemas, a amamentação será feita de forma adequada. E se a criança mamar bem no primeiro ano de vida, terá um desenvolvimento físico e emocional mais saudável, com melhor aproveitamento dos nutrientes e desenvolvimento da toda a estrutura óssea”, esclarece.

Ela enfatiza, ainda, que, a curto, médio e longo prazos, a anquiloglossia não diagnosticada e não tratada nos primeiros dias de vida pode acarretar um “efeito dominó” na saúde do paciente. “Pode haver falha na sucção mamária e mamada interrompida, o que vai levar a uma transposição precoce para a mamadeira, possibilitando infecções e alergias, além de má respiração. Também há o problema de pronúncia, que é identificado posteriormente”, alerta.

Assista vídeo explicativo sobre o teste da Linguinha:

 

Acesse o “Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês”, publicado pela Fonoaudióloga Roberta Lopes de Castro Martinelli e colegas da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP, na revista científica CEFAC.

Cirurgia

Feito o teste, os casos que apontam indicação cirúrgica são, após o consentimento familiar, encaminhados ao cirurgião dentista do hospital, que é a pessoa responsável pelo procedimento.

O cirurgião dentista do HU-UFGD, Maurício Hidemi Shimada, explica que é um processo bastante simples e que entre cinco e dez minutos depois da cirurgia, já é ofertada amamentação ao bebê. “A criança vai se adaptando aos movimentos adequados e consegue mamar com mais eficiência, além de podermos observar se há a presença de sangramento”, diz, alegando que a própria mãe percebe, imediatamente, a diferença na sucção do recém-nascido.

Ele afirma que podem ser utilizados três tipos de cirurgia, de acordo com o caso do paciente: frenectomia – remoção do frênulo lingual –, frenuloplastia – reposição do frênulo – e frenotomia –, corte e divulsão do frênulo. Em bebês, a frenotomia é o procedimento mais indicado.

Popularmente conhecida como “língua presa”, essa condição afeta cerca de 2.254 crianças a cada 10 mil nascimentos, de acordo com um estudo realizado em 2013 pela Universidade de São Paulo (USP) e chega a superar as patologias encontradas pelos testes do pezinho e da orelhinha.

Fonte: Unidade de Comunicação/HU-UFGD. Imagem: Divulgação.

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