Notícia
Crianças pequenas e a exposição à tecnologia
Discussões sobre como a tecnologia afeta o desenvolvimento infantil mobilizam pais e profissionais da saúde no mundo todo
Divulgação
Fonte
Blog do Hospital Infantil Sabará e Revista Pediatrics
Data
quinta-feira, 21 janeiro 2016 13:00
Áreas
Pediatria. Psicologia.
É difícil andar num parque, ir a um restaurante ou andar por shoppings sem ver crianças pequenas com dispositivos móveis como tablets, smartphones ou videogames. Este é um dos assuntos que mais tem mobilizado os educadores, psicólogos, neurocientistas e pediatras no mundo inteiro.
Embora estudos recentes tenham revelado um “fosso digital” com base no nível social nos EUA, em se tratando da propriedade de dispositivos de mídia móvel por crianças, uma nova pesquisa indica que esta diferença diminui rapidamente. As crianças americanas pequenas, de baixa renda e de origem urbana, tiveram exposição quase universal para dispositivos móveis, com a maioria delas tendo seu próprio dispositivo a partir dos 4 anos de idade, de acordo com um estudo publicado em dezembro de 2015 na revista científica Pediatrics.
Pesquisadores entrevistaram pais de crianças em um centro médico acadêmico em uma comunidade de minorias de baixa renda na Philadelphia, Pennsylvania (EUA), no final de 2014. Quase todas as famílias dos 350 pacientes tinham televisores (97%), e a maioria tinha tablet (83%) e smartphones (77%). Mais da metade tinha consoles de vídeo (56%), computadores (58%) e acesso à Internet (59%).
No geral, 97% das crianças tinham usado um dispositivo móvel. Em famílias de crianças menores de 2 anos de idade, a propriedade dos dispositivos móveis infantil supera a da televisão. Aos 4 anos, metade das crianças tinham a sua própria televisão, enquanto quase três quartos tinham seu próprio dispositivo móvel. O estudo cita custos decrescentes, estratégias de marketing e subsídios de operadoras de telefonia celular como possíveis fatores que contribui para esta situação.
Outros dados: Quase a metade (43,5%) das crianças menores de 1 ano de idade haviam utilizado um dispositivo móvel diariamente para jogar, ver vídeos, ou usar aplicativos. O percentual aumentou para 77% em crianças maiores de 2 anos. Quase um quarto (28%) das crianças de 2 anos não precisa de qualquer ajuda para navegar em um dispositivo de mídia móvel, e 61% precisava de ajuda às vezes. Quase a metade (43%) das crianças de 4 anos nunca precisa da ajuda e metade deles gostava de usar múltiplas plataformas de mídia ao mesmo tempo.
Os pais relataram deixar as crianças brincarem com dispositivos móveis para fazer tarefas (70%), para manter a criança calma em lugares públicos (65%) ou recados (58%), e 28% usaram um dispositivo móvel para colocar seus filhos para dormir.
No Brasil talvez os números talvez sejam menores e, provavelmente, ainda tenhamos o “abismo social” verificado na pesquisa americana. Mas não deve ser muito diferente, principalmente nas classes mais altas.
Como se vê, a alta proporção de crianças com o seu próprio dispositivo móvel é particularmente preocupante, porque pouco se sabe sobre como a atividade independente das crianças em dispositivos móveis afeta seu desenvolvimento cognitivo, social, emocional e desenvolvimento.
Leia o artigo científico completo (em inglês).
Fonte: Dr. José Luiz Setúbal, Blog do Hospital Infantil Sabará (SP) e revista Pediatrics. Imagem: Divulgação.
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