Notícia
Febre do Oropouche: conheça a segunda doença febril mais frequente no país
Saiba mais sobre um dos mais importantes vírus transmitidos por picadas de insetos do Brasil
Wikimedia Commons
Fonte
Agência Brasil e Fapesp
Data
quinta-feira, 14 janeiro 2016 13:10
Áreas
Virologia. Medicina Tropical.
Apesar de pouco conhecido, o oropouche é um dos mais importantes arbovírus (vírus transmitidos por picadas de insetos) do Brasil. Conhecido desde o começo da década de 60, ele causa a segunda doença febril mais frequente no país, perdendo apenas para a dengue em número de casos.
Segundo a Profa. Dra. Marcia Aparecida Sperança, do Centro de Ciências Naturais e Humanas da Universidade Federal do ABC (CCNH-UFABC), Coordenadora do Projeto Fapesp “Arboviroses emergentes na Amazônia Ocidental: diagnóstico sorológico e molecular”, a Febre do Oropouche (FO) tem como agente agente etiológico o arbovírus Oropouche (OROV) da família Bunyarviridae, gênero Orthobunyavírus, grupo sorológico Simbu. Nos últimos anos, OROV tem sido responsável por mais de 500.000 casos humanos em extensas e explosivas epidemias na Região Amazônica e do Planalto Central. O. A transmissão do OROV mantém-se em dois diferentes ciclos, o silvestre e o urbano. O ciclo silvestre é silencioso e envolve espécies de aves, macacos, preguiças e, possivelmente, os vetores Culicoides paraensis (maruim) e Aedes serratus. O ciclo urbano está relacionado às epidemias, tem o homem como reservatório e o mosquito C. paraensis como vetor.
O professor de Virologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, Dr. Eurico Arruda, explicou, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia, que, como os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue, muitas vezes os doentes são diagnosticados de forma errada. Ele alertou para a importância de se prestar mais atenção ao vírus neste momento, devido às síndromes febris que ele pode estar causando Brasil afora.
Além da febre alta, a doença causa calafrios, dor de cabeça muito forte, fotofobia e dor na região lombar. Os sintomas normalmente duram de quatro a cinco dias e depois passa. Uma característica específica desse vírus é que em um terço dos casos pode haver uma recaída e os sintomas podem durar mais cinco dias.
O principal transmissor da doença é uma pequena mosca chamada Culicoides paraensis, conhecida com maruim, mosquito-pólvora e borrachudo. Mas, de acordo com o Dr. Eurico, já foi comprovado que outros vetores podem transmitir o vírus, inclusive do gênero Aedes. Os maruins são normalmente encontrados em áreas ribeirinhas, mangues, regiões alagadas. De acordo com o Eurico, “a Amazônia é o celeiro de oropouches”.
Acesse o áudio da entrevista do Dr. Eurico Arruda.
Fonte: Agência Brasil e Fapesp. Imagem: Wikimedia Commons.
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