Notícia

Tecnologia de Sala Híbrida permite a realização de neurocirurgias com mais precisão

Divulgação, Hospital de Câncer de Barretos

Fonte

Hospital de Câncer de Barretos

Data

terça-feira, 17 novembro 2015 12:45

Áreas

Oncologia. Neurologia. Neurocirurgia. Imagens Médicas. Engenharia Clínica.

Ao realizar uma cirurgia, um dos maiores desafios de um cirurgião oncológico, além do próprio procedimento em si, é saber se vai conseguir retirar todo o tumor do paciente, sem afetar a funcionalidade dele. Até então, nas cirurgias neurológicas, por exemplo, o médico só sabia se tinha ressecado toda a lesão depois que o paciente já estava fora do centro cirúrgico.

No entanto, agora, uma tecnologia introduzida na unidade infantojuvenil do Hospital de Câncer de Barretos vai fazer com que o profissional consiga saber se a maior quantidade de tecido cancerígeno foi retirada ou não ainda durante a cirurgia. A chamada Sala Híbrida possibilita a realização de imagens através de uma ressonância magnética durante o procedimento, além da movimentação do paciente de um ponto a outro.

“Antes não era possível fazer o exame na neurocirurgia sem essa estrutura, por conta da segurança do transporte do paciente, pois isso demanda riscos. O que fazíamos era realizar a cirurgia completa e depois de encerrada, levávamos para a unidade de terapia intensiva (UTI) para a recuperação. Caso houvesse a necessidade, fazíamos uma tomografia”, explicou o neurocirurgião do Hospital, Dr. Carlos Afonso Clara.

O Hospital de Câncer de Barretos é o terceiro no Brasil a usar essa tecnologia e o primeiro a oferecê-la pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de São Paulo. Além de ter os equipamentos de um centro cirúrgico, a Sala Híbrida também é equipada com uma mesa de transferência magnética (transfer board) para poder levar a criança ou o adolescente até a sala de ressonância sem nenhum risco, e uma bobina de sinal flex que é acoplada para ajudar a ver o tumor da melhor forma na imagem.

De acordo com o Dr. Carlos Afonso, para que o projeto fosse iniciado, foi necessário mexer na parte estrutural da unidade infantojuvenil. “Quando tudo foi definido, acabou mudando a planta do centro cirúrgico e foram feitas adaptações para receber o aparelho. Teve reforço na laje para aguentar o equipamento e também a construção de uma porta que ligasse a cirurgia à ressonância.”

Treinamento
Para que a equipe médica e multidisciplinar possa usar os equipamentos e a Sala Híbrida com toda a segurança possível, representantes das empresas Integra, GE Health Care e Maquet, responsáveis pelos equipamentos, fizeram um workshop com os profissionais para treiná-los.

Segundo o neurologista do Hospital de Câncer de Barretos, a cirurgia será um pouco mais longa que antes, porém, será mais precisa. “Nesse sistema, o método de neuronavegação permite fazer um redesenho do caso para proporcionar uma maior ressecção do tecido tumoral. Fazer uma nova imagem intraoperatória nos permite replanejar ainda durante o procedimento”, afirmou.

O investimento em equipamentos foi de mais de US$ 3 milhões. “Você retira um tumor dentro de um limite de segurança para o paciente, sem afetar a funcionalidade física e mental da pessoa. É um avanço”, contou o médico.

Fontes: Hospital de Câncer de Barretos. Imagem: Divulgação.

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