Notícia
Coletor menstrual: nova tecnologia permite acompanhamento pelo celular
Mulher pode seguir a situação de sua menstruação pelo aplicativo no dispositivo móvel
Divulgação, Loon Lab, Inc.
Uma alternativa ao uso de absorventes externos ou internos durante a menstruação, o coletor menstrual parece ter voltado a ser a escolha de muitas mulheres, principalmente nos últimos anos, apesar de ser uma solução existente há quase 90 anos. Trata-se do famoso “copinho” de silicone, biocompatível, hipoalergênico e antibacteriano, flexível, que coleta o fluxo menstrual em vez de absorvê-lo, sendo colocado na entrada da vagina para realizar a sua função.
Várias notícias e opiniões podem ser facilmente encontradas em diversas publicações na internet, mas o uso do coletor ainda não parece ser disseminado entre as mulheres, nem ser consenso entre os médicos. Para algumas pessoas, o dispositivo ainda tem características de “tabu” ou “produto ultrapassado”, apesar dos aspectos positivos do conforto (depois da adaptação), captação do fluxo sem vazamentos, baixo custo e também por ser ambientalmente correto, em relação ao descarte dos absorventes usados ao longo dos anos, cuja degradação pode ser complicada.
Por se tratar de algo que pode ser higienizado e reutilizado por mais de 5 anos, sempre surgem dúvidas quanto à possibilidade de ocorrerem infecções ou reações adversas devido ao uso “contínuo” do produto. Na verdade, há poucas publicações na literatura médica que descrevam estudos científicos sobre o uso do coletor, seus prós e contras e/ou limitações. Um destes estudos (randomizado e controlado) foi publicado em 2011 na revista científica Canadian Family Physician (vol. 57, n.6, jun 2011, p. e208-e-215) comparando o desempenho dos coletores (menstrual cups) com os absorventes em 110 mulheres com idade entre 19 e 40 anos. O estudo indicou o coletor como uma alternativa satisfatória aos absorventes, apesar de apontar uma série de outros tipos de estudos que seriam necessários em vários casos específicos. Mais recentemente, na edição de agosto da Revista Canadense de Moléstias Infecciosas e Microbiologia (Canadian Journal of Infectious Diseases & Medical Microbiology, vol. 26, n.4, p.218-220), foi reportado o primeiro caso de Síndrome do Choque Tóxico com o uso de coletor menstrual em uma mulher de 37 anos que usou o coletor pela primeira vez. Como os próprios autores afirmam, trata-se de um caso raro de reação inadequada ao produto.
No Brasil, os coletores nacionais não possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo fato de que a Anvisa não classifica o produto como produto médico.
Nova tecnologia: coletor com sensor e transmissor
Em matéria publicada no último dia 8 de outubro pelo Portal GlobalNews do Canadá (globalnews.ca), a jornalista Patrícia Kozicka apresenta o “Looncup”: um coletor que envia informações sobre a situação da coleta para o celular da usuária. A bateria (com duração de 6 meses) e a antena embutida permitem que a mulher receba informações no dispositivo móvel via Bluetooth. Um aplicativo faz cada vez mais notificações sobre o que está acontecendo, conforme o coletor vai enchendo. A bateria, que não pode ser trocada ou recarregada, diminui a “vida útil” do dispositivo de anos para apenas 6 meses. Além, claro, de perder um pouco o sentido do “ecologicamente correto”, caso a parte eletrônica não seja corretamente descartada.
(Divulgação, Loon Lab, Inc.)
O projeto foi desenvolvido pela empresa Loon Lab, Inc., que arrecada fundos para o desenvolvimento no site Kickstarter.
Leia a reportagem completa (em inglês).
Veja o vídeo do produto:
Fonte: Tech4Health. Imagem: Divulgação, Loon Lab Inc.
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